De acordo com a assessoria do Hospital da Bahia, Maria Luiza Câmara, de 75 anos, morreu na tarde desta quarta-feira (19/08). Luiza era defensora e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência (PCD) e fundadora da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), em Salvador.
Trajetória
Nascida em Itabuna, no interior da Bahia, Luiza se mudou para Salvador junto com a mãe ainda na infância por conta dos estudos. Luiza foi diagnosticada, quando jovem, com a doença de Still – autoimune, que gera inflamações no corpo, desgastes progressivos nas articulações – e perdeu o movimento nas pernas. Desde então é referência na luta pelos diretos das PCD. Em meados do ano de 1980, fundou a Abadef.
Reconhecida na Bahia e em todo o país por sua luta; Anteriormente, Luiza Câmara recebeu a Comenda Dorina de Gouvêa Nowill, concedida pelo Senado Federal (SF) para personalidades que tenham oferecido contribuição relevante à defesa das pessoas com deficiência no Brasil. Ela chegou a se candidatar quatro vezes para o cargo de vereadora de Salvador, mas não foi eleita.
Luiza Câmara também é fundadora do Bloco Me Deixe à Vontade, que há 24 anos leva alegria e mensagem de respeito e inclusão às ruas durante o Carnaval de Salvador.
Homenagens
O governador Rui Costa usou as redes sociais, na noite desta quarta-feira (19), para manifestar seus sentimentos pela morte de Luiza Câmera. “Recebi há pouco, com muita tristeza, a notícia do falecimento de Luiza Câmera, uma guerreira que lutou de forma incansável pelos direitos das pessoas com deficiência. Referência na Bahia e no Brasil, ela deixa um legado de muito trabalho por inclusão e respeito. Meus sentimentos aos familiares, amigos e companheiros de luta de Luiza”, escreveu Rui.
Em nota, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) informou que “recebeu, com absoluta tristeza, a notícia do falecimento de Maria Luiza Câmara” e disse que a fundadora da Abadef “teve uma trajetória de luta e é exemplo de determinação e coragem”.
O presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade), Alexandre Carvalho Baroni, detacou que Luiza é um grande símbolo no ativismo nacional. “Mulher, mãe, avó mas sobretudo uma cidadã que hoje nos deixa e segue para um novo plano. Estou certo que o Brasil e a Bahia perdem um grande símbolo de garra e luta e de muita, muita alegria e superação. Siga em paz, Luiza, e saiba que seu grito de “NENHUM DIREITO A MENOS” será sempre o nosso grito! Gratidão!”, escreveu Baroni.
Veja também: Covid-19: Instituto Vital Brazil registra patente de soro
Com 90% da população sem anticorpos, imunidade de rebanho não é viável
OMS: Pandemia de Covid-19 causa crise de saúde mental nas Américas