De acordo com estudos, a infeção pelo novo coronavírus desaparece em duas semanas para maioria dos infectados pela doença. Atualmente em todo o mundo, 28.202.363 pessoas já foram infectadas pela covid-19. No Brasil, esse número passou os 4.200 milhões.
Segundo consorcio de imprensa, em todo mundo já são mais de 19 milhões se recuperados da Covid-19. Porém, esses números ocultam uma grave e intrigante situação que tem piorado com diversos “recuperados”: a Covid-19 persistente.
Com o passar do tempo, cresceu o número de pacientes que relatam sintomas prolongados por semanas ou meses. Isso afeta não apenas quem teve uma Covid-19 severa como também aqueles atingidos por um tipo brando da doença. Tim Spector, professor de epidemiologia genética do King’s College de Londres, afirmou que mais de 300 mil pessoas no Reino Unido relataram sinais que duraram mais de um mês e cerca de 60 mil delas, por mais de três meses.
Líder de uma campanha por mais estudos sobre a Covid-19 persistente, Nisreen Alwan, professora de saúde pública da Universidade de Southampton, defende que as autoridades: deem apoio e reconhecimento a quem tem a doença prolongada; preparem os sistemas de saúde após dimensionar o problema; façam com que as pessoas, ao tomarem decisões de risco, saibam que a morte não é a única consequência ruim da doença.
Sintomas mais comuns
De acordo com dados coletados por meio do aplicativo Covid Symptom Study, que conta com mais de 4 milhões de usuários, apontam os sintomas mais comuns ligados a essa condição.
- Fadiga crônica (98%)
- Dor de cabeça (91%)
A síndrome de fadiga crônica é uma condição debilitante de longo prazo no qual a pessoa afetada sente uma série de sintomas. O mais importante deles é um esgotamento que não melhora com repouso ou sono e que afeta os pacientes em todos os aspectos da sua rotina.
Em segundo lugar, o grupo de sintomas mais comuns em pacientes com Covid-19 prolongada inclui tosse persistente, falta de ar e perda de olfato (que afeta também o paladar).
Há outros fatores que parecem ligados a esse quadro de saúde, como a resposta imunológica de cada pessoa. Nesse caso, a presença de febre alta, um sinal de que o sistema imunológico está reagindo a um invasor, geralmente indica que o paciente infectado não desenvolverá uma Covid-19 prolongada, segundo Spector.
De acordo com um comunicado divulgado pelo governo britânico no início de setembro, 10% pessoas com a forma mais moderada da Covid-19 apresentaram sintomas por mais de um mês, e 2%, por mais de três meses.
Lista completa de sintomas persistentes
Em geral, quanto mais invasivo (e duradouro) for o tratamento recebido contra a Covid-19, mais tempo costuma levar o processo de recuperação da Covid-19.
Um estudo realizado na Itália com 143 pacientes que deixaram a internação hospitalar por coronavírus apontou que 87% delas ainda tinham pelo menos um sintoma até 60 dias depois. Para 44,1%, houve uma piora na qualidade de vida.
- sinais ou condições respiratórios como tosse persistente, falta de ar, inflamação do pulmão e fibrose pulmonar, e doença vascular pulmonar;
- doenças ou sinais cardiovasculares, como aperto no peito, miocardite aguda e insuficiência cardíaca;
- perda prolongada ou mudança no paladar e no olfato;
- problemas de saúde mental como depressão, ansiedade e dificuldades cognitivas;
- distúrbios inflamatórios como mialgia, síndrome inflamatória sistêmica, síndrome de Guillain-Barré e amiotrofia nevrálgica;
- distúrbios gastrointestinais como diarreia;
- dor de cabeça persistente;
- fadiga, fraqueza e insônia;
- disfunção renal ou hepática;
- distúrbios de coagulação e trombose;
- linfadenopatia;
- erupções na pele.
Seis ‘tipos’ de Covid-19 e seus sintomas
Uma análise feita por pesquisadores do King’s College, em Londres, identificou 6 “tipos” de Covid-19, cada um caracterizado por um conjunto específico de sintomas.
1. Quadro semelhante a uma gripe sem febre: dor de cabeça, perda de olfato, dor muscular, tosse, dor de garganta, dor no peito.
2. Quadro semelhante a uma gripe com febre: dor de cabeça, perda de olfato, tosse, dor de garganta, rouquidão, febre, perda de apetite.
3. Quadro gastrointestinal: dor de cabeça, perda de olfato, perda de apetite, diarreia, dor de garganta, dor no peito, sem tosse.
4. Quadro grave nível 1 (fadiga): dor de cabeça, perda de olfato, tosse, febre, rouquidão, dor no peito, fadiga.
5. Quadro grave nível 2 (confusão mental): dor de cabeça, perda de olfato, perda de apetite, tosse, febre, rouquidão, dor de garganta, dor no peito, fadiga, confusão mental, dor muscular.
6. Quadro grave nível 3 (abdominal e respiratório): dor de cabeça, perda de olfato, perda de apetite, tosse, febre, rouquidão, dor de garganta, dor no peito, fadiga, confusão mental, dor muscular, falta de ar, diarreia, dor abdominal.
Fonte: BBC
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