O Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS) formado por cientistas da Pontifícia Universidade Católica (PUC), da Fiocruz, da UFRJ e do Instituto Dor de Pesquisa, divulgou uma nota técnica , através de dados do Ministério da Saúde, informando que as pessoas negras e de menor escolaridade são as maiores vítimas da covid 19 no Brasil.
Foram avaliados 30 mil casos. Os que não têm escolaridade apresentam taxas três vezes maior de óbitos (71%) dos que têm nível superior (22,5%). As desigualdades de renda e de acesso a serviços sanitários básicos e de saúde explicam as diferenças no impacto.
As chances de um paciente negro e analfabeto morrer é de 3,8% maiores do que de um paciente branco e com nível superior.
A comparação feita pelos pesquisadores mostra que, entre os pacientes internados de cor branca, 62,07% se recuperaram, enquanto 37,93% morreram. Entre pretos e pardos, a situação se inverte: são 54,78% de mortes e 45,22% de recuperados.
Quando a análise é feita pela escolaridade, pessoas com nível superior representavam 22% das mortes analisadas, enquanto os sem escolaridade chegavam a 71,31%.
“Quanto maior o nível de escolaridade, menor a letalidade. Este efeito pode ser resultado de diferenças de renda, que geram disparidades no acesso aos serviços básicos sanitários e de saúde”, aponta o estudo.
“Observa-se que pretos e pardos apresentaram maior percentagem de óbitos em relação aos brancos, em todos os níveis de escolaridade. Desta forma, pretos e pardos sem escolaridade mostraram uma proporção 4 vezes maior de morte do que brancos com nível superior (80,35% contra 19,65%)”, mostra a análise do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (Nois).