No Brasil, cerca de 30 milhões de pessoas sofrem com a eterna sensação de ouvir ininterruptamente um apito, chiado, grilo, música, panela de pressão, além de outros barulhos. Um estudo feito pela Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (Apidiz) mostra que vários aspectos da vida moderna estão provocando zumbido no ouvido em vários países. Em 1995, no país, o problema era comum em 15% da população, hoje, 24% sofrem com o zumbido.
A campanha Novembro Laranja, cujo dia foi comemorado em 11.11.foi criado para chamar atenção para o zumbido, que pode ser um sinal de alerta para a presença de doenças como a surdez, as alterações nos níveis de triglicerídeos e colesterol, hormônios da tireoide, do mecanismo de absorção do açúcar, diabetes, excesso de cafeína, algumas medicações e alteração de musculatura da cabeça, pescoço e ATM (articulação temporomandibular), foi lançada
Em Salvador, haverá ação de sensibilização nos dias 21 e 22, no Shopping Barra, quando a população poderá se dirigir ao Piso L3 Sul, onde haverá uma cabine de audiometria, para realizar screening (rastreio) auditivo gratuito, com o atendimento de uma equipe multidisciplinar . O evento também mostrará ao público que o barulho, em diferentes níveis, pode gerar diversos graus de perda auditiva.
Um estudo feito pela Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (Apidiz) mostra que vários aspectos da vida moderna estão provocando zumbido no ouvido em vários países. A presidente da entidade, a otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez afirma que o uso frequente do celular, o estresse da competição na vida profissional e até mesmo alimentação inadequada (jejum prolongado ou abuso de cafeína, doces e gorduras) são exemplos que justificam o aumento de pessoas com zumbido.
Segundo explica, “durante muitos anos, o zumbido acometia somente as pessoas da terceira idade e com as mudanças da vida diária, o sintoma se ‘espalhou’ para todas as idades, inclusive crianças e adolescentes”. Ela destaca a necessidade do diagnóstico para combater os principais incômodos para o portador, que são: insônia, falta de concentração na leitura e no trabalho, ansiedade e depressão, isolamento social.
Para a médica, é importante que os profissionais da área de saúde acolham o paciente e solicitem exames complementares para avaliar audição e zumbido, exames de sangue e, às vezes, exames de imagem. “É fundamental não retirar a expectativa de melhora do paciente logo na primeira consulta”, diz, ressaltando que a busca pela cura é mais produtiva com uma equipe multidisciplinar que abrange o médico otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo, mas alguns casos também precisam de avaliação odontológica, da coluna cervical e do equilíbrio emocional para selecionar o melhor tipo de tratamento personalizado.
Uma pesquisa de doutorado desenvolvida na USP em São Carlos, com o apoio do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), promete ajudar a melhorar tanto o diagnóstico como o tratamento do zumbido no ouvido. Ela é coordenada pelo professor Alexandre Delbem, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em colaboração com a professora Tanit Ganz Sanches, supervisora da parte clínica da pesquisa no Instituto Ganz-Sanches.
Uma das alternativas para a doença é a acupuntura, pois trata-se de uma forma de tratamento complementar, focada em investigar detalhes do indivíduo que apresenta as doenças e depois decidir quais os pontos do corpo serão estimulados.
-Algumas pesquisas mostram resultados positivos para alguns pacientes, que efetivamente melhoram ao utilizarem a técnica. No entanto, queremos descobrir quais tipos de pacientes – ou de zumbido – têm maior chance de melhorar com técnicas holísticas para que o direcionamento ao tratamento possa ser mais certeiro. Afinal, o zumbido já afeta mais de 28 milhões de brasileiros, desde crianças e adolescentes até idosos”, explica Dra Tanit .
Portal Saúde no Ar
A.V.