De janeiro a maio deste ano, a Vigilância Epidemiológica registrou mais de 50 notificações suspeitas de leptospirose, das quais 17 foram confirmadas. Destes, dois casos levaram os pacientes a óbito, no Cabula e na Península Itapagipana. Os demais ocorreram em Brotas, Cabula/Beirú, Itapagipe, Barra e Subúrbio Ferroviário. Segundo o Centro de Controle de Zoonoses(CCZ), 15 bairros passaram por ações de contenção em 2015. Os locais considerados prioritários ficam nas regiões do Subúrbio, Itapagipe, Pau da Lima, São Caetano/Valéria e Cabula/Beirú, onde o risco de transmissão é iminente.
Os agentes do CCZ executam desde o início do ano o bloqueio das áreas com registro de infestação, desenvolvendo junto às comunidades um trabalho de conscientização por meio de educadores que atuam em hospitais, escolas, feiras de saúde, fazendo panfletagem e tirando dúvidas da população a respeito da doença. A escolha dos locais é feita por meio de pesquisas que detectam o quantitativo de ocorrências em cada distrito sanitário. Os locais com maior índice de infestação recebem atenção prioritária. Nos demais distritos, a desratização ocorre a partir do registro de casos suspeitos ou confirmados de contaminação pela doença.
Os principais facilitadores para o aparecimento de ratos estão na oferta de água e alimento para os animais, proporcionados principalmente pelo acúmulo de lixo, além das baixas condições sanitárias de determinadas localidades. Em relação ao descarte do lixo, os profissionais recomendam que os moradores adotem a prática de dispensar os resíduos somente em horários próximos aos da coleta diária. Segundo Maria Gorete Rodrigues, coordenadora para ações contra roedores, a ação integra o plano de contenção elaborado pelo órgão para áreas de alta infestação de ratos na cidade. “Em Pernambués, estamos realizando uma varredura em locais previamente avaliados. A ideia é agir de maneira preventiva buscando reduzir o número de infestações em lugares de difícil acesso ou que apresentem também índices de violência, o que pode dificultar o trabalho dos agentes de combate a endemias”, disse.
Ainda de acordo com Maria Gorete, a ação em Pernambués é realizada em conjunto com o combate aos mosquitos transmissores da dengue e da chikungunya, além do controle da leishmaniose e a divulgação de ações referentes à saúde animal, como vacinação antirrábica e serviço de castração para cães e gatos. “As ações de combate não param em Salvador, e durante o período chuvoso o cuidado deve ser ainda maior. Em locais onde há casos registrados o trabalho é fortalecido”, informou Gorete.
No bairro do Uruguai, na Cidade Baixa, o CCZ realizou nesta semana a última de três etapas da ação de contenção. Os agentes atuaram durante três dias consecutivos nos locais considerados de alto risco. Nas desratizações são utilizados venenos anticoagulantes (raticidas), cujas aplicações são realizadas em intervalos de 10 a 15 dias, totalizando três rodadas de tratamento, ou até que seja comprovada a limpeza do local. Dentre as localidades tidas como prioritárias pelo órgão, Largo do Tanque e Bela Vista do Lobato já foram atendidos. Quando a desratização for concluída no Uruguai, a ação será repetida nos bairros de Vila Ruy Barbosa, Massaranduba e Ribeira.
Fonte: SMS