Foi divulgado nesta segunda- feira (11/04) um relatório com o título: “Yanomami Sob Ataque: Garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami e propostas para combatê-lo” feito pela Hutukara Associação Yanomami, sobre os crimes cometidos na comunidade Yanomami, pelos garimpeiros na maior terra indígena do Brasil
Os índios estão cercados por mais de 20.000 garimpeiros e as crianças e mulheres são vítimas de estupros e o governo brasileiro é omisso a esse genocídio.
Existem relatos de prostituição e estupro das índias. Leia trechos de relato registrado por um dos pesquisadores indígenas:
“Após os Yanomami solicitarem comida, os garimpeiros rebatem sempre. (…) ‘Vocês não peçam nossa comida à toa! É evidente que você não trouxe sua filha! Somente depois de deitar com tua filha eu irei te dar comida!’.
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“Se você tiver uma filha e a der para mim, eu vou fazer aterrizar uma grande quantidade de comida que você irá comer! Você se alimentará!’.
Os [garimpeiros] dizem: ‘Essa moça aqui. Essa tua filha que está aqui, é muito bonita!’. Então, os Yanomami respondem: ‘É minha filha!’. Quando falam assim, os garimpeiros apalpam as moças. Somente depois de apalpar é que dão um pouco de comida.”
“Os garimpeiros têm relação somente com as mulheres que tomaram cachaça. Os garimpeiros não conseguem com as mulheres que não tomaram cachaça.”
O mercúrio usado para o garimpo, contamina a água e os alimentos dos indígenas Yanomami. A comunidade fica incapacitada a beber água não contaminada e a produzir seus alimentos de forma saudável.
As crianças nascem com problemas neurológicos em razão da contaminação por mercúrio das mães e o diagnóstico nem é feito.
“Há notícias de uma maior incidência de doenças neurológicas entre recém-nascidos nas comunidades Yanomami, mas estas não passaram por um diagnóstico de contaminação de mercúrio apesar de haver orientação normativa nesse sentido” diz o relatório.
Por falta de segurança, os postos de saúde da comunidade são abandonados. Existe uma insegurança generalizada com a circulação de garimpeiros armados.
Segundo o relatório, 110 comunidades estão afetadas pelo garimpo. O desmatamento, a contaminação da água, do solo, dos rios ( fonte de alimento), causa terríveis prejuízos a economia e a saúde dos indígenas.
Diz o relatório:
“Merecem destaque os prejuízos causados pelo garimpo ilegal ao direito à saúde dos indígenas. Como demonstrado, a atividade garimpeira ilegal está associada à maior incidência de doenças infectocontagiosas entre as comunidades indígenas, em especial a malária. Ademais, vale lembrar que a atividade garimpeira está diretamente associada à contaminação de mercúrio, com danos irreversíveis à sua saúde das pessoas das comunidades afetadas.” diz o relatório.
Leia o relatório completo aqui
JORGE RORIZ