A cidade de Wuhan, na China; marco zero do coronavírus; busca virar a pagina em um segundo renascimento. O primeiro aconteceu em abril; quando seus moradores puderam reabrir as portas depois de 76 dias de reclusão.
Sem registros do novas infecções pelo novo coronavírus desde maio; a cidade chinesa onde houve o registro do primeiro surto de Covid-19 agora respira ares de vida normal; Por outro lado a população ainda tenta digerir o significado de ter entrado para a história.
Todo o país; especialmente a cidade de Wuhan mostra a retoma do ritmo; por outro lado depois de um evento tão dramático, nada é completamente normal. Assim como no pós-guerra, também há os “refugiados” da pandemia; que retornam aos poucos para reencontrar os que ficaram e recomeçar a vida. Muitos estrangeiros que moravam na cidade não conseguiram o visto para voltar, incluindo a maioria dos brasileiros.
Além disso, com mais ou menos 11 milhões de habitantes; a metrópole apresenta quase todos usando máscaras em espaços públicos. Essa e outras novidades da pandemia, como checagens de temperatura e uso de aplicativos de saúde, se tornaram tão automáticas. Com 60% dos 92,5 mil casos de Covid-19 registrados na China e 80% do total de 4.742 mortes pela doença, Wuhan foi de longe a cidade do país mais atingida pela pandemia. O estado de alerta virou modo de vida.
Ninguém se nega a falar sobre a epidemia, é um assunto inevitável. Mas a maioria quer virar a página — diz o advogado brasileiro José Renato Peneluppi Jr., 39, que vive há dez anos em Wuhan.