Um estudo publicado na revista da American College of Cardiology e divulgado nesta segunda-feira (21), revela que as pessoas que sofrem um ataque cardíaco vivem mais quando tomam um quarto da dose de betabloqueadores – medicamentos que ajudam a prevenir a falha cardíaca ao deter o efeito da adrenalina no coração e evitar a arritmia – frequentemente prescrita. As informações são da Agence France-Prese – AFP.
Para a pesquisa, foram analisadas aproximadamente 6.682 pacientes, cujas taxas de sobrevivência após um ataque cardíaco foram relacionadas à quantidade de betabloqueadores que receberam.
De acordo com a análise, os pacientes que tomam um quarto da dose usualmente prescrita, são mais propensos a sobreviver – equivalente a 20 e 25%, em comparação com os pacientes que tomaram a dose regular.
Para o autor principal do estudo, Jeffrey Goldberger, professor de cardiologia da escola de medicina da Northwestern University, a equipe da pesquisa, acreditava que os pacientes tratados com doses menores iam ter uma taxa de sobrevivência pior, no entanto, ele enfatiza que o grupo ficou surpreso em descobrir que sobreviveram bem e talvez até melhor.
Resultado mostrou também que 14,7% dos que receberam a dose completa morreu ao longo de dois anos. Em contrapartida, 12,9% dos que tomaram meia dose morreram antes de dois anos, assim como 9,5% dos que tomaram um quarto da dose.
Segundo Goldberger, os estudos clínicos anteriores não avaliaram qual é a dose apropriada de betabloqueadores para cada paciente, entretanto, as pesquisas nesta linha estejam sendo iniciadas. Ele explica que provavelmente não há uma dose correta que sirva a todos os pacientes. “Não faz sentido que a mesma dose funcione para um homem frágil de 80 anos que teve um pequeno ataque cardíaco e a um homem corpulento de 40 anos que sofreu um ataque forte”, acrescenta o pesquisador.
L.O.