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Vício em pornografia pode causar ansiedade e depressão

O psiquiatra Arthur Danila, coordenador do Programa de Mudança de Hábito e Estilo de Vida do Instituto de Psiquiatria da USP, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo,  explicou  que algumas pessoas têm um traço de personalidade conhecido como “busca por novidades”, que pode ser um fator de propensão ao vício da pornografia.

“A indústria pornográfica oferece uma enorme diversidade de corpos, gêneros, apresentações sexuais e fetiches, o que atrai indivíduos com inclinação para a novidade”, diz.

“A indústria pornográfica oferece uma enorme diversidade de corpos, gêneros, apresentações sexuais e fetiches, o que atrai indivíduos com inclinação para a novidade”, diz.

“O desejo intenso de consumir pornografia pode ser tão forte que leva à ansiedade e depressão. Em casos extremos, a dependência pode gerar tanto sofrimento e angústia que o paciente precisa de atendimento médico”, afirma o psicanalista Daniel Proença Feijó, em entrevista a Folha. Ele é  especialista em sexologia.

Segundo ele,  o diagnóstico do vício em pornografia pode ser difícil tanto pelo tabu em torno do assunto, quanto pela falta de evidências que apontam para uma quantidade de consumo aceitável.

“O paciente deixa de sair com seus amigos ou de frequentar lugares onde não vai ter acesso a esse conteúdo. Outro indício é quando perde interesse sexual, inclusive por seus parceiros ou parceiras, e tem disfunção erétil ou dificuldade de chegar ao orgasmo em relações sexuais reais”, afirma.

Outro psiquiatra, Arthur Danila, coordenador do Programa de Mudança de Hábito e Estilo de Vida do Instituto de Psiquiatria da USP, explica

“A indústria pornográfica oferece uma enorme diversidade de corpos, gêneros, apresentações sexuais e fetiches, o que atrai indivíduos com inclinação para a novidade”, diz.

O conteúdo pornográfico é composto por atores. É uma performance teatralizada. Quando se consome muito isso, você passa a ter uma expectativa de que a realização sexual na vida real vai ser nos mesmos moldes, mas a realidade não é assim”, afirma Danila.

“O ideal é não depender da pornografia, mas sim buscar relações sexuais na vida real. A pornografia pode complementar a exploração sexual, mas não deve tomar o lugar das interações verdadeiras”, diz Danila.

O tratamento para a dependência envolve várias etapas e deve ser individualizado.

Feijó afirma que a conscientização do paciente sobre a gravidade da situação é o primeiro passo. “A terapia cognitivo comportamental [TCC] é frequentemente recomendada e tem mostrado eficácia na redução da compulsão”, afirma.

Dependendo da gravidade pode ocorre a necessidade do uso de medicações para tratar a depressão e a ansiedade associadas.

Fonte: Folha de São Paulo
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