A variante, detectada inicialmente na Índia, que é cerca de 60% mais contagiosa que outras cepas, desafia algumas das defesas mais incisivas contra o vírus, com lugares “covid zero” – ou seja, países que haviam conseguido expurgar a doença de suas fronteiras – vendo novos surtos. Tudo isso apesar de políticas sanitárias bastante restritivas.
A capital da China, Pequim, registrou ontem sua primeira infecção por transmissão local após seis meses sem nenhum caso.
Na China, os primeiros diagnósticos foram realizados em nove zeladores do aeroporto de Nanjing, cidade no leste da China, está testando as medidas de tolerância zero do país, algumas das mais rigorosas do mundo.
O surto rapidamente se expandiu para seus contatos próximos e, em seguida, para outras regiões do país. Até ontem, as infecções associadas ao aeroporto já eram mais de 200, todas pela variante Delta.
Muitas das pessoas infectadas na China, incluindo os funcionários do aeroporto de Nanjing, já estavam completamente vacinadas, mas apenas quatro desenvolveram casos graves da doença.
O aeroporto cancelou a maior parte de seus voos e os funcionários foram postos sob restrições. A cepa já forçou os EUA a voltarem a recomendar o uso de máscara em áreas com altas taxas de contágio e atrasou a reabertura em Cingapura.
A Sinovac, que no Brasil recebeu o nome de CoronaVac, disse na quarta-feira que uma terceira dose de suas vacinas aumenta o nível de anticorpos entre três e cinco vezes. A variante Delta pode aumentar a necessidade de uma terceira dose, principalmente para quem tomou vacinas chinesas que supostamente possuem menos eficácia contra a variante Delta, do que as vacinas que usam a tecnologia de RNA mensageiro, como a da Pfizer/BioNTech e Moderna.
A Delta ameaça a economia dos países que avançaram na vacinação e estão com uma vida quase normal, obrigando a volta das restrições.
JR