A vacina de dose única oferece proteção sólida contra o Papilomavírus Humano (HPV), vírus que causa o câncer do colo do útero, afirma o Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da Organização Mundial da Saúde (OMS – SAGE)
Se o câncer do colo do útero tem vacina, por que milhares de vidas são ceifadas por essa doença? IGNORANCIA. Falta de conhecimento da população para tomar a vacina. Existe pouca procura pela vacina.
“O SAGE incentiva todos os países a introduzir vacinas contra o HPV e priorizar a recuperação de mulheres de várias idades. Essas recomendações permitirão que mais meninas e mulheres mais velhas sejam vacinadas e, assim, evitar que tenham câncer do colo do útero e todas as suas consequências ao longo de suas vidas”, completa.
Segundo o grupo da OMS, as campanhas de vacinação devem atualizar os esquemas de dose para HPV da seguinte forma: uma ou duas doses de imunização primária de meninas de 9 a 14 anos; uma ou duas doses para mulheres jovens de 15 a 20 anos; e duas doses com intervalo de 6 meses para mulheres com mais de 21 anos. Indivíduos imunocomprometidos, incluindo aqueles com HIV, devem receber pelo menos duas doses, se possível, três. Há evidências limitadas sobre a eficácia de uma dose única para este grupo.
Mais de 95% do câncer de colo do útero é causado pelo HPV sexualmente transmissível, sendo o quarto tipo de câncer mais comum em mulheres em todo o mundo.
Vacina HPV:
No Brasil, desde 2014, existe o programa de vacinação que oferece, nas unidades de saúde, a vacina para meninas de 9 a 15 anos e para meninos de 11 a 14 anos. A vacina quadrivalente é indicada para a prevenção de lesões genitais pré-cancerosas de colo do útero, vulva e vagina e de câncer do colo do útero, além de verrugas genitais em mulheres e homens, relacionados ao HPV 6, 11, 16 e 18.
A vacina não impede que você tenha lesões pelo HPV mas reduz muito esse risco.
Quem já teve HPV pode tomar a vacina? Sim. A vacina HPV pode ser administrada em pessoas que estão realizando tratamento ou já tiveram alguma infecção pelo HPV, pois pode proteger contra outros subtipos de vírus. Além disso, pode prevenir a formação de novas verrugas genitais e o risco de câncer.
Grupos especiais, como pessoas com imunodeficiência causada pelo HIV, devem seguir orientações específicas. Para mulheres com imunossupressão, vivendo com HIV/Aids, transplantadas e portadoras de cânceres, a vacina é indicada até 45 anos de idade.
A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 80% da população alvo para alcançar o objetivo de reduzir a incidência deste câncer nas próximas décadas no país. A vacinação, em conjunto com o exame preventivo (Papanicolaou), se complementam como ações de prevenção deste câncer.
Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada, deverão realizar o exame preventivo, pois a vacina não protege contra todos os subtipos oncogênicos do HPV.
Mulheres negras, mulheres com baixa escolaridade e mulheres da Região Norte são as mais acometidas pelo câncer do colo do útero. As informações estão na info.oncollect, publicação inédita da Fundação do Câncer, divulgada em novembro de 2022.