A partir de agora, a vacina contra HPV passa a ser ofertada para os meninos de 11 até 15 anos incompletos (14 anos, 11 meses e 29 dias). A ampliação da faixa etária pelo Ministério da Saúde já foi comunicada às secretarias estaduais de saúde de todo o país, e tem como objetivo aumentar a cobertura vacinal nos adolescentes do sexo masculino. A vacina contra o HPV para os meninos passou a ser disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS) em janeiro deste ano, contemplando os meninos de 12 até 13 anos. Até o ano passado, era feita apenas em meninas.
Com a inclusão desse público, equivalente a 3,3 milhões de adolescentes, a meta para 2017 é vacinar 80% dos 7,1 milhões de meninos de 11 a 15 anos e 4,3 milhões de meninas de 9 a 15 anos. Também terão direito a vacina, a partir de agora, homens e mulheres transplantados e oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia. Além disso, cerca 200 mil crianças e jovens, de ambos os sexos, de 9 a 26 anos vivendo com HIV/aids, também podem se vacinar contra HPV. O anúncio das mudanças foi feito nesta terça-feira (20) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, em coletiva de imprensa.
Desde o inicio da vacinação em 2014, até 02 de junho deste ano, foram aplicadas 17,5 milhões de doses na população feminina de todo o país. Na faixa etária de 9 a 15 anos, no mesmo período, foram imunizadas com a primeira dose 8,6 milhões de meninas, o que corresponde a 72,45% do total de brasileiras nesta faixa etária. Receberam o esquema vacinal completo, de duas doses, recomendado pelo Ministério da Saúde, 5,3 milhões de meninas, o que corresponde a 45,1% do público-alvo.
Já em relação aos meninos, de janeiro a 02 de junho deste ano, 594,8 mil adolescentes de 12 a 13 anos se vacinaram com a primeira dose da vacina de HPV, o que corresponde a 16,5% dos 3,6 milhões de meninos nessa faixa etária que devem se imunizar.
Esquema vacinal – Meninos e meninas devem tomar duas doses da vacina HPV, com intervalo de seis meses entre elas. Para as pessoas que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.
A vacina disponibilizada no SUS é a quadrivalente e já é ofertada, desde 2014, para as meninas. Confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal.
Para os meninos, a estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa etária para a vacinação visa proteger meninos e meninas antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal e orofaringe são atribuíveis à infecção pelo HPV.
Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto.
Vacinação nas escolas – Para incentivar a vacinação de crianças e adolescentes, os ministérios da Saúde e da Educação possuem ações voltadas à prevenção e promoção da saúde nas salas de aula por meio do Programa Saúde na Escola. A partir do programa, as escolas vão atuar junto com as equipes de atenção básica para a vacinação dos estudantes. Uma das propostas é que os estudantes apresentem, já na matrícula, a caderneta de vacinação e as escolas comuniquem o sistema de saúde sobre as doses prioritárias.
O Ministério da Saúde considera de fundamental importância participação das escolas para reforçar a adesão dos jovens à vacinação e já enviou ao Ministério da Educação material informativo sobre as doenças. “Temos observado que, além da sensibilizar as escolas para a vacinação, os municípios também precisam mobilizar as unidades e as equipes de saúde da família para a atualização das cadernetas de vacinação de crianças e adolescentes”, afirmou o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasens), Mauro Junqueira.
O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações.
Pesquisa – Estudos internacionais recentes apontam o impacto da vacinação na redução da infecção pelo HPV. Pesquisa realizada nos Estados Unidos, onde há vacinação desde 2006, apontou redução de 88% da infecção oral por HPV. Outro estudo, realizado com homens de 18 a70 anos do Brasil, México e Estados Unidos, aponta que os brasileiros tem mais infecção por HPV que os mexicanos e norte americanos (Brasil 72%, México 62% e USA 61%) e que a incidência de câncer do pênis no país é 3 vezes que dos norte-americanos.
Quantitativo distribuído aos estados de 2014 a 2017 |
||||
UF |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
RO |
99.360 |
77.110 |
43.510 |
42.050 |
AC |
57.810 |
41.523 |
22.410 |
14.000 |
AM |
235.320 |
177.880 |
144.110 |
55.300 |
RR |
38.821 |
26.282 |
16.950 |
9.600 |
PA |
539.440 |
329.149 |
426.080 |
0 |
AP |
52.670 |
38.170 |
48.804 |
1.000 |
TO |
91.920 |
65.650 |
49.740 |
21.000 |
NORTE |
1.115.341 |
755.764 |
751.604 |
142.950 |
MA |
465.440 |
355.641 |
240.210 |
15.000 |
PI |
195.940 |
125.543 |
132.860 |
30.000 |
CE |
540.850 |
438.465 |
256.860 |
160.000 |
RN |
186.460 |
118.705 |
83.730 |
0 |
PB |
220.260 |
150.726 |
98.460 |
38.800 |
PE |
537.850 |
450.710 |
283.710 |
80.000 |
AL |
216.610 |
167.941 |
121.420 |
10.000 |
SE |
135.140 |
108.715 |
47.760 |
16.000 |
BA |
845.120 |
569.899 |
619.860 |
50.000 |
NORDESTE |
3.343.670 |
2.486.345 |
1.884.870 |
399.800 |
MG |
1.069.390 |
797.723 |
582.290 |
250.000 |
ES |
143.810 |
171.541 |
88.120 |
0 |
RJ |
833.700 |
538.367 |
593.230 |
0 |
SP |
2.155.770 |
1.654.184 |
1.193.150 |
160.000 |
SUDESTE |
4.202.670 |
3.161.815 |
2.456.790 |
410.000 |
PR |
578.800 |
361.776 |
315.950 |
60.000 |
SC |
336.960 |
258.647 |
208.470 |
20.000 |
RS |
572.870 |
414.131 |
205.650 |
0 |
SUL |
1.488.630 |
1.034.554 |
730.070 |
80.000 |
MS |
145.598 |
111.097 |
123.410 |
6.000 |
MT |
180.230 |
111.097 |
103.410 |
45.000 |
GO |
342.970 |
251.342 |
70.800 |
112.000 |
DF |
189.840 |
0 |
256.860 |
0 |
C.OESTE |
858.638 |
473.536 |
554.480 |
163.000 |
BRASIL |
11.008.949 |
7.912.014 |
6.377.814 |
1.195.750 |
Total Geral |
26.494.527 |
Vacina HPV no estoque central (SIES) das unidades federada segundo validade a vencer
Unidade Federada | Junho | Julho | Agosto | Setembro | 2018 | Total |
Rondônia | 0 | 0 | 8 | 300 | 30820 | 31128 |
Acre | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Amazonas | 0 | 0 | 8397 | 10300 | 30600 | 49297 |
Roraima* | 0 | 0 | 42 | 50 | 7480 | 7572 |
Pará | 0 | 0 | 0 | 133941 | 0 | 133941 |
Amapá | 0 | 0 | 0 | 7361 | 13450 | 20811 |
Tocantins | 0 | 0 | 0 | 5 | 9600 | 9605 |
Maranhão | 0 | 0 | 0 | 8 | 44530 | 44538 |
Piauí | 0 | 0 | 0 | 18595 | 20000 | 38595 |
Ceará | 0 | 0 | 0 | 819 | 88178 | 88997 |
Rio Grande do Norte | 0 | 0 | 0 | 0 | 33062 | 33062 |
Paraíba | 0 | 0 | 0 | 5449 | 18800 | 24249 |
Pernambuco | 0 | 0 | 0 | 543 | 82500 | 83043 |
Alagoas | 0 | 0 | 19265 | 0 | 39000 | 58265 |
Sergipe | 0 | 0 | 0 | 0 | 27060 | 27060 |
Bahia | 0 | 0 | 11508 | 0 | 131861 | 143369 |
Minas Gerais | 0 | 0 | 0 | 0 | 164366 | 164366 |
Espírito Santo | 0 | 0 | 0 | 28750 | 0 | 28750 |
Rio de Janeiro | 100 | 0 | 110699 | 0 | 212700 | 323499 |
São Paulo | 0 | 0 | 0 | 0 | 19900 | 19900 |
Paraná | 0 | 0 | 0 | 0 | 66673 | 66673 |
Santa Catarina | 0 | 0 | 0 | 0 | 52490 | 52490 |
Rio Grande do Sul | 0 | 0 | 80920 | 0 | 0 | 80920 |
Mato Grosso do Sul | 2000 | 0 | 0 | 4740 | 0 | 6740 |
Mato Grosso | 0 | 0 | 0 | 0 | 43495 | 43495 |
Goiás | 0 | 0 | 0 | 0 | 35730 | 35730 |
Distrito Federal | 0 | 0 | 0 | 22803 | 0 | 22803 |
Total | 2100 | 0 | 231.019 | 233.704 | 1.174.415 | 1.641.238 |
Fonte: SIES. Dados coletados em 02/05/2017. *Dados coletados em 02/06/2017. |