Vacina contra pólio não cumpre meta

Mais de 6,3 milhões de crianças ainda precisam ser vacinadas contra a paralisia infantil em todo o país. Balanço do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (25.08), indica que, até o momento, 6,4 milhões crianças foram imunizadas durante a 36ª Campanha Nacional contra a Poliomielite, que iniciou no dia 15 deste mês. A expectativa é vacinar, pelo menos, 12 milhões de crianças entre seis meses e cinco anos incompletos, o que representa 95% do público-alvo, formado por 12,7 milhões. Vale destacar que todas as crianças nessa faixa-etária devem ser imunizadas, mesmo que já tenham completado o esquema vacinal contra a pólio. Neste caso, a dose servirá como reforço na proteção.

A campanha não tem perspectiva de prorrogação, portanto é essencial que pais e responsáveis levem as crianças nos postos de vacinação até a próxima segunda-feira (31). O objetivo da campanha, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com estados e municípios, é manter o país livre da pólio, uma vez que o último caso da doença foi registrado em 1989. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem. Entretanto, como alguns países da África e Ásia ainda apresentam casos da doença, é essencial manter a população vacinada, para garantir que a paralisia permaneça erradicada no Brasil.

“É fundamental que pais e responsáveis levem as crianças para receber a vacina até o dia 31 de agosto, para mantermos a pólio erradicada no Brasil. Até mesmo aquele pai que não possui mais a caderneta de vacinação e não se lembra quando foi a última dose, deve ir a um posto de vacinação. Como a campanha serve como reforço da vacinação, todas as crianças devem ser levadas às unidades de saúde para continuarem protegidas da paralisia infantil”, orienta o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antônio Carlos Nardi.

Outras doenças, como sarampo e caxumba, também podem ser evitadas por meio da vacinação ainda na infância. Para isso, este ano o Ministério da Saúde realiza, juntamente com a campanha contra a pólio, ação para atualizar a caderneta de vacinação infantil. A orientação é que pais e responsáveis, quando levarem as crianças para receber a gotinha contra a paralisia, apresentem a caderneta ao profissional de saúde, que irá avaliar a necessidade da administração de outras vacinas. Assim, doses que estiverem em atraso poderão ser aplicadas na hora ou agendadas para outra data, mantendo o esquema vacinal da criança atualizado. Durante a campanha, serão disponibilizadas vacinas contra tuberculose, rotavírus, sarampo, rubéola, coqueluche, caxumba, varicela, meningites, febre amarela, hepatites, difteria e tétano, entre outras.

As crianças que ainda não iniciaram o esquema vacinal contra a poliomielite não receberão a gotinha, mas sim a dose injetável da vacina, que é aplicada aos dois e quatro meses de idade do bebê. A vacina de oral só é administrada depois que a criança já recebeu as duas doses injetáveis.

SEGURANÇA – A vacina contra a paralisia infantil é a única forma de prevenção contra a doença, que não possui tratamento. A vacina é segura e tem elevada eficácia entre 99% e 100%. Crianças com sintomas como tosse, coriza, rinite ou diarreia podem receber a vacina normalmente. Já crianças com infecções agudas, febre acima de 38ºC ou hipersensibilidade a algum componente da vacina devem ser avaliadas por um médico, que irá avaliar se a dose pode ser aplicada na hora ou se deve ser agendada.

POLIOMIELITE –  A poliomielite é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.

O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde (SUS) garante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, são disponibilizadas pela rede pública de saúde, de todo o país, 17 vacinas que integram o Calendário Nacional e combatem mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias.

Esquema sequencial de vacinação contra a poliomielite

 Idade

Qual a vacina

2 meses

Vacina inativada poliomielite – VIP (injetável)

4 meses

VIP

6 meses

Vacina oral poliomielite – VOP

15 meses

VOP (reforço)

4 anos

VOP (reforço)

 Fonte: Agência Saúde

O jornalismo independente e imparcial com informações contextualizadas tem um lugar importante na construção de uma sociedade , saudável, próspera e sustentável. Ajude-nos na missão de difundir informações baseadas em evidências. Apoie e compartilhe
Jorge Roriz

Share
Published by
Jorge Roriz

Recent Posts

Extrato bancário terá nomeclatura única para todos os bancos

Os termos utilizados nos extratos bancários passarão a ser padronizados para todos os bancos  a…

4 horas ago

Os piores gatilhos da rinite alérgica e como preveni-los

A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia destaca que ácaros, mofo, pelos de animais, polén, fumaça e…

8 horas ago

Previsões para o futuro da humanidade

O físico Heinz von Foerster, nascido em 1911, previu que em 2026 poderíamos ver níveis…

9 horas ago

Centro de panificação abre vagas para trabalho temporário

As Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) estão disponibilizando cerca de 30 vagas para trabalho temporário…

10 horas ago

Salvador inicia campanha de vacinação antirrábica animal nesta segunda (8)

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) inicia, nesta segunda-feira (8), a campanha de vacinação antirrábica…

11 horas ago

Câncer de bexiga- Mais de 19 mil mortes em 4 anos

Dados do Sistema de Informações do Ministério da Saúde (SIH/SUS) indicam mais de 110 mil…

11 horas ago