Ao longo da manhã de hoje (segunda, 18), dezenas de pessoas se dirigiram aos postos de saúde da capital baiana, em busca da vacina contra a gripe H1N1. Em uma das regiões mais movimentadas de Salvador, o bairro da Liberdade, não foi diferente. Mães com crianças de colo, idosos, gestantes, profissionais de saúde e pacientes com doenças crônicas, todos inclusos nos grupos prioritários, estiveram no novo Multicentro, recém-inaugurado, para serem imunizados.
O antigo 3º Centro de Saúde do bairro ficou lotado de pessoas que aguardavam desde às 5h da manhã. Os atendimentos deram início às 8h e devem seguir até às 17h, de segunda a sexta-feira. A data prevista para o término da campanha, antecipada devido ao surto da doença ocorrida em São Paulo, será 20 de maio.
“Eu trouxe meu filho para prevenir dessa virose que está assolando a sociedade. Vim no primeiro dia para ele receber logo a imunização, pois a gente sabe que criança fica mais exposta, é mais vulnerável”, revela Lícia Neves, mãe de bebê de 8 meses, que foi cedo para garantir a vacina do filho.
Maria Aidil, de 69 anos, é acostumada a se vacinar anualmente, entretanto, foi ao posto no primeiro dia “para economizar por que tenho medo que acabe a dose e eu tenha que pagar. Eu vim me vacinar para ficar imune e evitar a gripe. Pelo menos se ela vier que venha mais leve”, diz.
De acordo com a enfermeira Viviane Andréa de Oliveira, a população não tem motivos para se preocupar, pois todos que estão contemplados nas regras do Ministério da Saúde serão vacinados. “A meta vacinal do distrito é imunizar 45 mil pessoas, sendo que a unidade da Liberdade tem a meta de mais de 22 mil pessoas serem vacinadas até o fim da campanha, por isso, não há necessidade das pessoas ficarem preocupadas”, afirma.
O Multicentro da Liberdade estima que entre 400 a 600 pessoas recebam a dose diariamente. Para Taiane Damasceno Santos, mãe de Cauã Marcelo Santos Costa, de 1 ano e 3 meses, é melhor garantir logo. “Eu trouxe ele por que ele está com algumas vacinas pendentes e veio tomar a H1N1 para evitar a doença, pois está morrendo muita gente. Quero que meu filho seja um dos primeiros a tomar”, revela.
Em 2016, a campanha conta com uma novidade: além de gestantes, puérperas (até 45 dias pós-parto), crianças de 6 meses a menores de 5 anos, idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas (a partir dos 5 aos 59 anos) terem direito a vacina, jovens de 12 até os 21 anos também passaram a integrar os chamados grupos de risco da doença.
“A novidade é que, este ano, os adolescentes não terão mais a necessidade de comprovar que precisam tomar a vacina, pois eles passaram a compor os grupos prioritários, sendo contemplados gratuitamente. Já os profissionais de saúde devem ir aos postos portando o crachá para provar que trabalham na área”, esclarece Viviane.
Quem estiver fora dos grupos de risco terão que pagar pela dose, que está custando em torno de R$100,00. De acordo com a enfermeira, em todos os postos de saúde de Salvador serão ofertadas as vacinas contra o H1N1, que serão voltadas a esses grupos através do Sistema Único de Saúde (SUS), bastando levar o cartão de vacinação.
Contraindicações
Nem todos sabem, mas muitas vacinas têm contraindicações. A H1N1 é uma delas. Pessoas alérgicas a ovo, por exemplo, não podem tomar a vacina contra o H1N1. “A dose tem uma substância presente na clara do ovo, podendo levar a pessoa a ter uma reação alérgica”, explica Viviane. Quem tiver restrição às vacinas existentes nos postos de saúde da capital serão encaminhadas ao Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), localizado no Hospital das Clínicas ou no Hospital Couto Maia.
Redação Saúde no Ar*
Ana Paula Nobre