Um laboratório dos Estados Unidos (Immunologic Pharmacological Corporation) desenvolve desde 1996 a vacina contra cocaína. Em 2009, a pesquisa entrou na terceira e última fase, a experimentação em humanos.
A vacina contra cocaína é composta pela própria cocaína, além de ácido carbônico e toxina da cólera asiática.
No corpo humano, a vacina contra cocaína ajuda a formar anticorpos, que passam a combater a cocaína. Assim, bloqueiam a passagem da cocaína para o cérebro, impedindo-o de produzir a euforia que os usuários buscam.
Pesquisadores das escolas de medicina da Universidade de Yale e do Baylor College observaram que apenas 38% dos pacientes vacinados produziram anticorpos suficientes para bloquear os efeitos da droga. Mas a eficácia da vacina contra cocaína não persistiu por mais de dois meses. “Um ótimo tratamento necessitaria, sem dúvida, de vacinações repetidas para manter o nível de anticorpos adequado”, afirmam os autores.
Em outra pesquisa, financiada pelo Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas (Nida) dos EUA, cientistas de Weill Cornell combinaram pedaços de um vírus causador do resfriado e partículas que imitam a cocaína. Assim, criaram um composto que induz o sistema imunológico a destruir a droga antes que ela alcance o centro de prazer do cérebro.
Alerta
Os participantes do ciclo de audiências públicas no Senado, no entanto, apontaram que as vacinas exigirão entre cinco e dez anos para serem oferecidas no mercado. Esdras Moreira, coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Centro de Estudos e Terapias do Abuso de Drogas, da Bahia, é cético quanto à eficácia da vacina contra cocaína: “O que um usuário que não queira parar de usar vai fazer se você utilizar a vacina nele? Ele vai tentar burlar a vacina na forma como utiliza a substância e aí os anticorpos não vão ser necessários”.
Bo Mathiasen, representante do Escritório Contra Drogas e Crimes, da Organização das Nações Unidas (Unodc), faz questionamentos de natureza ética no que se refere à vacina contra cocaína: “Como seria trabalhada a questão do consentimento? Pode haver uma obrigatoriedade legal de vacinação de indivíduos considerados em situação de maior risco? E quem definiria essas situações?”
Fonte: Site do Senado
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