Estudo inédito no Brasil desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP) realiza o mapeamento genético de 100 crianças com apraxia de fala na infância (AFI) para identificar as alterações genéticas que levam ao transtorno. Ainda desconhecido no Brasil a intenção é auxiliar em novas opções de tratamento no futuro. A AFI é um transtorno que interfere na reprodução dos sons da fala.
A pesquisa é uma iniciativa da Abrapraxia, entidade criada a partir da união de três mães que têm filhos diagnosticados com o transtorno e criaram uma rede de apoio, em 2016. Dessa forma, o estudo da Abrapraxia, conta com atendimentos gratuitos pela USP.
De acordo com a professora titular de genética do Instituto de Biociências da USP, Maria Rita Passos Bueno, que coordena a área de genética do projeto, disse que na fase atual os resultados já são positivos. Segundo ela, “os resultados estão muito promissores onde a gente está encontrando a caracterização genética em praticamente 50% da amostra. O estudo, além de confirmar alguns genes já sugestivos associados à apraxia de fala, também está possibilitando a identificação de novos genes candidatos para a apraxia de fala”, contou, informando que entre os 50% somente dois casos só tem apraxia de fala, nos outros casos há alguma outra alteração clínica como espectro autista, deficiência intelectual e convulsões.
Ainda assim, estudiosos alertam da importância do diagnostico precoce, para que a criança possa ter acesso ao tratamento adequado para o transtorno.