Universidade do Paraná cria túnel de desinfecção

Com o objetivo de apoiar o combate ao novo coronavírus a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) desenvolve um túnel de desinfecção com ozônio úmido. Em fase final, o projeto ainda precisa passar por avaliação da Anvisa e recebe o apoio do Ministério da Defesa e da Federação das Indústrias do Paraná.

O projeto já possui um protótipo de cabine com dimensões de 2 metros de comprimento e 1,5 metro de altura. O equipamento é revestido com alumínio e lona plástica e apresenta sensores para obter dados de temperatura de usuários antes mesmo que eles entrem no túnel. A Anvisa, no entanto, já manifestou em nota técnica a falta de evidência científicas que apontem que câmaras de desinfecção sejam seguras e eficazes para evitar a propagação do novo coronavírus. A agência destaca, inclusive, que alguns produtos químicos usados nesses equipamentos podem oferecer riscos à saúde.

O professor responsável pela pesquisa, Rubens Alexandre de Faria explica, que a estrutura desenvolvida na UTFPR se diferencia devido ao uso de ozônio em gotículas de água. O método está sendo testado desde abril e ainda será analisado pela Anvisa.

“Não poderíamos colocar o ozônio em gás, pois a pessoa não pode respirar esse gás, é prejudicial. Fomos adaptando e testando, e colocamos o ozônio no meio líquido, para não causar nenhum dano ao pulmão. Assim, com a água e na dosagem certa, o ozônio fica em gotículas. Ou seja, não tem problema se a pessoa respirar ou até ingerir, pois o pH (grau de acidez) da água não muda com o ozônio.”, disse o pesquisador.

Os responsáveis pelo protótipo pretendem concluir os testes no inicio de agosto para analise da Anvisa. A universidade que investiu R$20 mil na estrutura, recebeu da Fiep R$250 mil  para as pesquisas. “A tecnologia tem a vantagem de ser 100% nacional, o que permite um custo menor de fabricação e a independência da disponibilidade de estoque de outros países. Precisamos fomentar a pesquisa brasileira e a produção de equipamentos nacionais. Essa ação entra no conceito de defesa e proteção biológica. O túnel poderá ser colocado nos frigoríficos, laticínios, escolas, hospitais e shoppings. Temos excelentes profissionais e pesquisadores que trabalham para ajudar nosso país”, afirmou o representante do Ministério da Defesa, Luiz Antônio Duizit.

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