A revista AIDS Research and Human Retroviruses publicou recentemente o caso de uma mulher de 22 anos que foi contaminada pelo vírus da Aids em um salão de beleza, após ter feito as unhas. O contágio se deu há 10 anos e foi confirmado após uma análise nos resquícios de sangue nos objetos usados. Os médicos que relataram o caso ressaltaram, porém, que a transmissão através do aparelho de manicures é muito raro e os riscos são muito baixos e tranquilizaram as pessoas para não terem preconceitos com quem é portador do vírus. De acordo com declaração do Dr. Brian Foley: “O HIV não é transmitido pelo contato casual, com o compartilhamento de utensílios de cozinha ou beber no mesmo copo”.
Mas, não é só o HIV que pode ser transmitido nos salões de beleza. Em São Paulo, a enfermeira Andreia Schunk, do Hospital Emílio Ribas, fez uma pesquisa em cem salões da cidade, escolhidos aleatoriamente em bairros periféricos e nobres, após notar que pacientes com hepatites B ou C que iam buscar ajuda eram da área de beleza. Essa virou a tese do seu mestrado que concluiu que 8% das profissionais tinham o vírus da hepatite B e 2% o da hepatite C. Uma em cada dez profissionais estava contaminada com o vírus da hepatite.
A enfermeira foi convidada pelo Ministério da Saúde para escrever sobre a pesquisa numa cartilha direcionada aos profissionais de saúde. Aqui vão algumas dicas de Andréia Schunk:
Para os profissionais:
– Lavar as mãos por, no mínimo, 40 segundos antes e depois de atender cada cliente;
– Usar luvas descartáveis. Troque-as após cada procedimento;
– Esterilizar os instrumentos em autoclaves, pois só assim o vírus é eliminado. Preste atenção na temperatura e no tempo indicados pelo fornecedor do aparelho;
– Exigir a vacina contra a hepatite B. Você tem direito de se imunizar contra a doença, basta ir a um posto de saúde. Mas atenção: somente após as três doses recomendadas da vacina você estará imunizada.
Para os clientes:
– Usar e exigira materiais descartáveis como luvas, lixas, alicate, espátula, protetores de plástico para cubas e bacias;
– Levar sua própria toalhinha e, de preferência, seu próprio material;
– Certificar-se de que o local onde você faz as unhas segue as normas de higiene e possui licença sanitária.