Elijah Bell, um garoto de oito anos, não escondeu a sua felicidade quando na semana passada, pode finalmente iniciar seu ano letivo com algo que ele não possuía : um par de orelhas. Elijah nasceu sem orelhas e ao todo, passou por cinco cirurgias até ter orelhas normais. A primeira, foi quando tinha 4 anos, e a última no dia 28 de julho.
Quem coordenou o procedimento foi o médico Ananth Murthy, diretor de cirurgia plástica do Hospital Infantil de Akron, no estado de Ohio. Segundo o médico, as crianças já têm orelhas totalmente crescidas , com idades entre 6 a 8 anos, por isso essa é uma idade boa para a realização do implante.
Primeiro, Elijah Bell teve cartilagem da costela retirada para “esculpir” uma das orelhas, que foi implantada sob a pele do lado direito da cabeça. Em seguida, o mesmo foi feito do lado esquerdo. Depois, houve uma cirurgia para criar espaço entre a orelha e a cabeça. Foram feitas, ainda, duas cirurgias para acentuar as curvas e reentrâncias naturais de uma orelha.
O garoto sofre de uma doença chamada microtia e sons muito altos como o de um cortador de grama ou da máquina de lavar louça podem trazer grande incômodo para o menino, que também tem dificuldade em selecionar e distinguir os sons quando está diante de várias fontes de barulho.
Logo após o nascimento, ele fez exames para verificar a saúde de outros órgãos e checar se era capaz de ouvir normalmente. “Ele ouve em volume normal, mas não tem a habilidade de ouvir direcionalmente.
Agora, ele usa dois aparelhos auditivos BAHA, que captam os sons, vibram contra seu crânio e isso faz seu ouvido vibrar também”, contou a mãe em entrevista ao G1, através de e-mail.
A mãe contou que Elijah sempre foi bem acolhido por outras crianças. “Havia algumas crianças cruéis às vezes, mas de maneira geral nossa igreja, nossos amigos, as escolas e os times de esporte sempre receberam Elijah sem problemas. A parte mais difícil eram os olhares que ele costumava receber”, diz.
Tristeza e timidez
Apesar de não dizer que se sentia mal por não ter orelhas, a família percebia que a autoestima de Elijah era baixa. “Ele ficava tímido diante das pessoas, não gostava de ser o centro das atenções e tinha um problema com raiva. Ele vinha passando por aconselhamento para ajudar a reconhecer maneiras corretas de expressar seus sentimentos e, a partir disso, surgiu um sentimento de estar chateado por ser diferente. Sabíamos que precisávamos reverter isso”, diz Colleen.
A felicidade de Colleen, ao ver o filho com orelhas, só não foi maior do que a dele, que passou o tempo todo se admirando com um espelho na mão.
A.V.