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Ultrassom é a nova ferramenta contra Alzheimer

Centistas acreditam estar no caminho para uma promissora terapia contra o mal de Alzheimer. Eles realizaram um experimento que recuperou a memória de ratos com a doença, utilizando ondas de ultrassom direcionadas ao cérebro do animal. Desta forma, os pesquisadores conseguiram corroer as placas formadas no cérebro dos animais em laboratório.

As informações foram divulgadas  na revista “Science Translational Medicine”.

Num paciente com Alzheimer, os danos no cérebro são causados, em tese, por placas anômalas de proteína beta-amiloide. Estas placas se acumulam, afetando as sinapses entre neurônios no cérebro. Para penetrar temporariamente no cérebro dos roedores, e limpar os acúmulos de proteína, os cientistas utlizaram um exame de ultrassom de alta energia combinado à injeção de microbolhas no sangue da cobaia que vibravam em resposta às ondas emitidas pelo aparelho.

Depois de várias semanas tratando os ratos geneticamente modificados para produzir essas placas, os cientistas descobriram que o ultrassom quase completamente limpou essas placas em 75% dos animais, sem dano aparente ao tecido cerebral. Ainda são necessários exames clínicos para saber se o experimento vai funcionar em humanos, mas a equipe está otimista.

?Quando se remove esse acúmulo de beta-amiloide em ratos, como mostramos, a memória melhora. Mas em humanos é mais difícil porque o nosso cérebro é mais complexo e a cognição humana é mais complexa”, afirma o pesquisador Gerhard Leinenga, um dos autores do estudo, ao canal ABC, da Austrália. “É um pouco difícil de dizer, mas acreditamos que, se você reduz esses acúmulos precocemente, quando eles estão começando a se formar num cérebro humano, você pode resgatar a memória do paciente”.

Embora ainda haja algum debate sobre se as placas são uma causa ou apenas um sintoma da doença de Alzheimer, o experimento constatou, por meio de três testes diferentes, que os ratos tratados mostraram melhoria da memória.

A técnica funciona estimulando as células microgliais, que fazem parte do sistema imunológico do cérebro, e absorveria as placas. Goetz sublinhou que o seu trabalho está em um estágio muito precoce e que ainda faltaria vários anos antes que pudesse ser testado em pessoas. Os controles de longo prazo dos efeitos colaterais em animais e mais investigação sobre se a abordagem vai funcionar com crânios mais espessos e em cérebros maiores ainda são obstáculos que devem ser superados. O próximo passo é tratar ovelhas, com dados desse experimento, com resultado esperados ainda este ano.

Fonte: Revista  Science Translational Medicine.

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Patricia Tosta

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