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Ultraprocessados: novas evidências apontam para efeitos nocivos ao cérebro

Publicados por pesquisadores do Brasil e da China, artigos recentes mostram que uma dieta baseada em ultraprocessados pode estar associada a um maior risco de desenvolvimento de demências, Alzheimer e outros tipos de demência.

Uma das pesquisas realizada com dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), que conta com integrantes do Nupens. O artigo registra a análise de informações de mais de 10 mil brasileiros entre 35 e 74 anos, por um período de dez anos. Os participantes divididos em quatro grupos organizados de acordo com sua ingestão de alimentos ultraprocessados. Os autores do trabalho observaram que aqueles que mais consumiram esse alimentos tiveram queda cognitiva 28% maior em comparação àqueles que menos consumiram. Detectada, uma queda nas funções executivas (capacidade de planejar e executar ações).

Além disso, o estudo Associação do consumo de alimentos ultraprocessados ao risco de desenvolvimento de demência (tradução livre), publicado no último mês de julho na revista científica Neurology. Assinada por um conjunto de cientistas da Universidade de Tianjin, na China, a pesquisa partiu da avaliação de dados do UK Biobank — uma coorte que reúne dados de saúde da população britânica. Foram selecionadas cerca de 70 mil pessoas com 55 anos ou mais e que não apresentavam demência quando entraram no Biobank.

De acordo com os resultados, 518 participantes desenvolveram algum tipo de demência: entre os diagnósticos mais significativos, 287 tiveram doença de Alzheimer e 119 tiveram demência vascular. Assim, um maior consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de desenvolvimento de demências. Além disso, a substituição de ultraprocessados por alimentos in natura ou minimamente processados está associada a um menor risco de desenvolvimento de demências.

Do mesmo modo, estudo, publicado no início de julho, apontou para o impacto dos alimentos ultraprocessados na performance cognitiva de adultos estadunidenses. A pesquisa é assinada por Barbara Cardoso, Priscila Machado e Eurídice Steele.

O trio de cientistas usou dados da Pesquisa Nacional de Exames de Saúde e Nutrição dos EUA para analisar cerca de 3500 participantes com 60 anos ou mais. O estudo levou em conta, além dos relatos de alimentação, alguns testes relacionados à capacidade cognitiva. Os resultados apontaram que aqueles que consomem mais ultraprocessados tiveram pior performance no teste “animal fluency“. Onde os participantes devem lembrar do maior número possível de animais em um determinado tempo. As autoras concluem que a redução do consumo de ultraprocessados pode melhorar a cognição entre adultos mais velhos.

Fonte: Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde

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