Os quatro membros fundadores do Mercosul—Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai—concordaram com os termos atuais de um aguardado acordo de livre comércio com a União Europeia (UE). Agora, aguardam a aprovação da UE para finalizar o pacto. Negociadores de ambas as partes se reuniram recentemente no Brasil, e há planos para que delegações europeias viagem a Montevidéu caso o acordo seja concluído nas discussões virtuais desta semana.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está na América Latina para finalizar o acordo, destacando que será a maior parceria comercial e de investimento já vista. No entanto, há resistência dentro da UE, especialmente de agricultores europeus e da França, que temem concorrência desleal e importações mais baratas. Por outro lado, países como a Alemanha consideram o acordo crucial para diversificar o comércio e garantir acesso a minerais essenciais para a transição energética.
O acordo, em negociação desde 2000, enfrenta poucos obstáculos para sua ratificação final. Embora o texto tenha sido concluído em 2019, em 2022 foi decidido adicionar um anexo para esclarecer certos pontos, e atualmente o documento está em revisão jurídica. A França se opõe, argumentando que o acordo afetará negativamente seu setor agrícola e pecuário. Entretanto, a Comissão Europeia, com apoio de países como Alemanha e Espanha, busca concluir o processo, que eliminaria cerca de 90% das tarifas, fortalecendo o comércio entre as regiões.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o acordo só não foi concluído devido a contradições internas dos europeus. Ele destacou que o Mercosul está pronto para assinar o acordo e que o Brasil está comprometido em finalizar as negociações.
Empresários do G20 estimam que o comércio do Brasil pode aumentar cinco vezes com a implementação do acordo Mercosul-UE. Eles enfatizam a importância de concluir rapidamente as negociações para preservar a competitividade conjunta, especialmente em um cenário de turbulência geopolítica e crises que afetam as cadeias de abastecimento.
Recentemente, o Mercosul e a União Europeia reduziram significativamente o número de divergências, restando apenas “um ou dois pontos” para concluir as negociações do acordo de livre comércio. A decisão final caberá aos presidentes na próxima semana.
O Itamaraty vê “avanços importantes” nas negociações e está esperançoso de que o acordo seja fechado ainda este ano. O embaixador e secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio, afirmou que o Brasil está comprometido em finalizar as negociações o mais breve possível.
Em resumo, as negociações entre Mercosul e União Europeia avançaram significativamente, com ambos os blocos próximos de finalizar um acordo de livre comércio que promete beneficiar as economias envolvidas, apesar de algumas resistências internas na UE.
Fontes: CNN/Reuters/ Cinco Dias