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Tuberculose é a doença infecciosa que mais mata, superando a Aids

A tuberculose é considerada como a doença infecciosa que mais mata no globo terrestre, entretanto, ainda supera a Aids, aponta um relatório da Organização Mundial da Saúde – OMS, divulgado nesta quarta-feira (28/10). Aproximadamente 1,5 milhão de pessoas no ano passado foram mortas pela doença, contra 1,2 milhão de vítimas do HIV, apontam as estimativas.

Para o diretor do programa mundial sobre a tuberculose na OMS, Mario Raviglione, a mortalidade da tuberculose está diminuindo, mas é necessário estimar novamente a situação global baseados em novas informações recebidas de países cruciais, incluindo a Indonésia.  Raviglione ressalta que enquanto isso, houve uma redução no número de mortes relacionadas à Aids, graças ao aumento da disponibilidade de drogas antirretrovirais.  O diretor também salienta que enquanto a incidência de tuberculose está caindo, a de HIV diminui de forma mais acelerada

O levantamento aponta que em 2014, entre as vítimas fatais, 400 mil possuíam os dois males. Consideradas “parceiras do crime”, as duas doenças afetam os mesmos grupos.  De acordo ainda com relatório, no planeta, foram relatados 9,6 milhões de novos casos no ano passado, entretanto, 12% dos pacientes também eram portadores do HIV.

Raviglione destaca que as atenções dadas por programas de saúde em relação as doenças são diferentes. Ele enfatiza que as doenças estão matando no mesmo ritmo uma “desproporção real no nível de financiamento.” Ao finalizar, o diretor diz que a tuberculose merece a mesma atenção que o HIV/Aids.

Para combater a epidemia global da doença seriam necessários US$ 1,4 bilhão em investimentos adicionais em tratamento, além de outros US$ 1,3 bilhão em fundos de pesquisas para o desenvolvimento de novas drogas e vacinas, segundo o relatório.  Em 2000 as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram alcançadas em 16 dos 22 países que respondem coletivamente por 80% dos casos.

Situação da doença no Brasil

Entre os países citados, está incluso o Brasil, apesar de apresentar os melhores índices de mortalidade – 2,6 para cada cem mil habitantes -, prevalência – 52 para cem mil habitantes – e incidência – 44 para cem mil habitantes.

Em 1990, por exemplo, a taxa global de mortalidade caiu praticamente pela metade, destaca a OMS.  Com os avanços em diagnóstico e tratamento, desde 2000, foram salvos 43 milhões de vidas, e a incidência de novos casos caiu a taxa de 1,5% por ano, numa redução total de 18%.

Segundo a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, o relatório mostra que o controle da tuberculose teve um tremendo impacto em termos de vidas salvas e pacientes curados. A diretora salienta que esses avanços são animadores, entretanto se o mundo quer acabar com essa epidemia, é preciso aumentar a escala dos serviços e, criticamente, investir em pesquisas.

O relatório destaca também as falhas no diagnóstico, entre os pontos que precisam ser melhorados. Dos 9,6 milhões de novos casos em 2014, apenas 6 milhões (62,5%) foram relatados às autoridades nacionais. O que significa que, globalmente, mais de um terço dos pacientes não são notificados, e a qualidade do tratamento dado a eles é desconhecida.

Outra preocupação está na incidência de tuberculose resistente à medicamentos. 43 países reportaram taxas de cura superiores a 75% para pacientes nessa situação, mas, globalmente, dados mostram a taxa de cura média de apenas 50%.

Os objetivos globais vão mudar do controle para a eliminação da epidemia de tuberculose, partir de 2016. A estratégia visa reduzir a incidência em 80% e o número de mortes em 90% até 2030. A tática foi adotada por todos os países membro da OMS.

*Redação Saúde no Ar

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