Tuberculose: a importância da incorporação  de novos medicamentos no SUS

 

Pneumologista Eliana Matos destaca atenção com os pacientes durante a pandemia de Coronavírus

 

O Brasil está entre os 30 países de alta carga de tuberculose monitorados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que concentram cerca de 80% dos casos no mundo. Em 2018, foram notificados 76 mil novos casos no país, com cerca de 4.500 óbitos. No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, 24 de março, a pneumologista Eliana Matos, afirma que há duas boas notícias para os pacientes e que a doença não pode ser esquecida em época de pandemia do novo Coronavírus.

“Há uma esperança no horizonte, principalmente vinda de dois importantes pilares no controle da tuberculose. O primeiro, o pilar de prevenção da doença, com a perspectiva da possibilidade de incorporação ao SUS da rifapentina – medicamento que irá facilitar o tratamento da Infecção Latente por Tuberculose (ILTB)”, diz a médica que integra a equipe de Pneumologia do Hospital Cárdio Pulmonar.

O medicamento, usado quando a pessoa não tem doença ativa, mas está infectada e com risco futuro de adoecimento, encurta o período de uso de remédios dos seis meses atuais para três, totalizando 12 doses “Assim, simplificaremos o manejo da ILTB, reduzindo o reservatório de doença tuberculosa representada pelos pacientes infectados, mas sem doença ativa”, explica Eliana Matos.

A pneumologista diz que a outra espera é pelo tratamento da tuberculose multirresistente com a possibilidade de incorporação de novas drogas, como a bedaquilina (cuja disponibilidade no SUS, aguardada pela comunidade científica em futuro próximo) representará uma revolução no tratamento dessa forma mais grave de tuberculose no Brasil, com um regime de tratamento encurtado e mais potente.

Coronavírus

“Em época de pandemia da Covid-19, a tuberculose não pode ser esquecida, principalmente porque os pacientes com essa doença poderão ter um quadro mais agravado, considerando o fato de a tuberculose ser uma doença de apresentação predominantemente pulmonar”, orienta a pneumologista.

Eliana alerta que a associação de tuberculose com a Covid-19 poderá agravar o quadro clínico, especialmente em populações vulneráveis, como pessoas com HIV, situação de rua e os privados de liberdade.

“A preocupação é grande com o elevado número de brasileiros que vivem na periferia dos grandes centros urbanos, em precárias condições de moradia, onde a incidência de tuberculose é significantemente alta. Essa população mais carentes terá dificuldade de realizar o isolamento domiciliar, importante ferramenta de barreira da transmissão do vírus”, pontuou.

História

Em 1982, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a União Internacional contra Tuberculose e Doenças Pulmonares (International Union Against TB and Lung Diseases – IUATLD) instituíram o Dia Mundial de Combate à Tuberculose em 24 de março, em homenagem ao centenário do anúncio da descoberta do agente causal da doença – o Mycobacterium tuberculosis (MTB)

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