1º passo: é preciso ter bem claro o OBJETIVO que se almeja alcançar, no caso da escolha por uma vida saudável, e compreender racionalmente a sua motivação para a escolha deste objetivo, caso contrário a motivação se torna uma emoção passageira e o objetivo inatingível;
2º passo: é preciso conhecer o território e o endereço para chegar a este objetivo, ou seja, é essencial desenhar um mapa adequado e atualizado consciente dos desafios a serem encontrados no percurso, inclusive suas limitações e habilidades pessoais;
3º passo: é preciso acreditar perseverando no OBJETIVO, estabelecendo objetivos intermediários com suas respectivas metas, agindo no fortalecimento das habilidades e superando as limitações.
Mas como é que:
• Uma mente desconexa diante das dificuldades diárias de sua vida tem condições de pensar/criar estes três passos?
• Um corpo adoecido acredita na possibilidade de sua cura?
• Alguém emocionalmente desequilibrado tem tranqüilidade para desenhar o caminho das soluções em sua vida e buscar uma mudança de hábitos?
De qualquer forma, quer queiramos ou não, estamos imersos na dualidade natural de nossa condição humana e como tudo tem um motivo para existir, a função da doença é desejar a saúde, a função do sofrimento é despertar para a felicidade, etc. Isso tudo é possível graças ao desejo, este é o princípio para muito de nós. Exemplificando no campo da alimentação e nutrição, sabendo-se que hábitos alimentares inadequados resultaram em alguma doença, pode surgir o desejo pelo hábito alimentar adequado para recuperar a saúde.
Na decisão pela mudança de hábito alimentar, é importante entendermos quando uma pessoa gosta de determinados alimentos, todas as suas *papilas linguais e seu olfato estão acostumados com um padrão alimentar. Sabendo que a taxa de renovação das papilas linguais é de, aproximadamente, 5 a 7 dias, ao incluir continuamente um novo plano alimentar, com a modificação das papilas linguais, possivelmente ocorrerá adaptação do paladar ao novo alimento que pode ser categorizado como “saboroso”.
O programa para a mudança de hábito alimentar deve ser específica para cada indivíduo, reconhecendo suas habilidades e limitações. Para isso, de forma simples, a pessoa pode anotar, brevemente, a sua história alimentar até a data atual, associando algum tipo de sentimento se houver, observando suas facilidades ou resistências às mudanças. Uma paciente que atendi, ao registrar sua história, constatou que teve uma mudança no cardápio movida pelas proibições alimentares que sua mãe fazia, ela passou a se alimentar de bolos, salgadinhos, doces e refrigerantes pois eram os alimentos que desejava comer quando era criança; após esta percepção começou a buscar a prática da alimentação saudável. Este exercício pode auxiliar na conscientização e mudança de hábito alimentar.
Diariamente, aproximadamente, 50 bilhões de células de nosso corpo se renovam, ou seja, a mudança está ocorrendo diariamente. Assim, continuar o registro das mudanças alimentares pode auxiliar no fortalecimento da decisão por mudar, evidenciar se se mantem na rota certa para chegar até o objetivo desejado. Pequenas metas fazem diferença na mudança de hábito, como diminuir a quantidade de determinado alimento considerado não saudável ou substituir por outro mais saudável, utilizando preparações saborosas.
Se temos potencialidade para adoecimento e tantas outras negatividades, temos também condições de canalizar este poder para ter saúde, contribuindo para uma melhor alimentação, boas condutas mentais e exercícios físicos diários.
*papilas linguais: são constituições do revestimento da língua que também têm função gustativa, percebendo os sabores doce, azedo, salgado e amargo que se misturam na detecção e apuração do paladar.
Rúbia Natali Pinho Carvalho
Nutricionista – CRN/5ª 2080 e Terapeuta de Canais de Luz – FENATE/BR/BA 006
