A escassez de medicamentos na Venezuela está levando pacientes a terem que tomar remédios veterinários. É o caso de Kevin Blanco que se declarou “humilhado” por ter que tomar remédios para animais, após um transplante de rim.
A prednisona e o cellcept – imunossupressores que evitam a rejeição de órgãos transplantados – desapareceram das farmácias públicas e privadas e segundo cálculos da Federação Farmacêutica, o país está sofrendo de 70% de escassez de remédios. Por trás disso tudo, está uma seca de recursos devido à queda dos preços do petróleo.
A crise da saúde também se vê na falta de insumos hospitalares, como reativos para exames, o que levou à suspensão de várias cirurgias, em um país onde já´está se reutilizando até os marcapassos.
De acordo com o presidente da Federação Farmacêutica, Freddy Ceballos, a situação colocou em uma situação crítica centenas de pacientes que não podem suspender a medicação um dia sequer, sob o risco de perder o órgão transplantado pelo qual esperaram por anos: “Quando a prednisona humana acabou, todo mundo começou a procurar a canina”, afirmou.
Blanco, de 47 anos e transplantado há 15, ficou sem os dois medicamentos por um mês até a última terça-feira (04.08), quando voltou a receber os remédios, mas durante esse período precisou consumir prednisona para animais. Segundo ele, seu médico o alertou para o perigo de usar o remédio veterinário, alertando-o de que ele estava fazendo isso por sua contas e risco.
O governo de Nicolás Maduro não divulga cifras oficiais da falta de remédios desde fevereiro de 2014 e nega a falta de prednisona, afirmando que em julho Cuba enviou um lote de 1,2 milhão de pílulas,porém conforme o presidente da Federação Médica Venezuelana, Douglas León Natera, muitos pacientes estão comprando antibióticos, esteroides e medicamentos tópicos em pet shops. Na opinião do presidente da Fundação Amigos Transplantados, de apoio a esses pacientes Francisco Valencia, “estas pessoas estão correndo risco de vida.
Fonte: Yahoo
A.V.