Trânsito no Brasil melhorou, diz diretora da OMS

A diretora geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, reconheceu o trabalho do Brasil na promoção de um trânsito mais seguro e elogiou o comprometimento intersetorial com a área durante 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultados, que termina nesta sexta-feira(20.11) no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF).

“Quando falamos de desenvolvimento sustentável, temos que reconhecer a liderança do Brasil. O país promoveu avanços significativos na segurança no trânsito. Não vi outro país com envolvimento de tantos ministérios. O Brasil está no caminho certo, continuem trabalhando”, destacou.

Segundo ela, o tema de saúde pública depende de ações multisetoriais, com parcerias com a indústria e apoio da sociedade civil. A diretora do maior órgão de saúde da Organização das Nações Unidas também reforçou a necessidade de aplicar tecnologia para produção de veículos e vias seguras. “Se trabalharmos juntos pela segurança no trânsito poderemos evitar muitos acidentes e salvar vidas”, concluiu.

A “2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultados” é maior discussão do planeta sobre o tema. O evento, que reúne representantes de mais de 120 países, teve entre seus objetivos o de avaliar o andamento das iniciativas para redução das mortes e lesões ocorridas no trânsito em todo o mundo, em meio à Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020.

O Brasil, que se voluntariou para sediar o evento, é um dos Amigos da Década – um grupo informal comprometido com o sucesso do plano global. A meta do grupo é salvar 5 milhões de vidas no planeta até 2020.

Redução de mortes foi de 6%

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, enfatizou que, pela primeira vez, em uma década, houve redução de mortes no trânsito no Brasil. “Entre 2012 e 2013, o Brasil reduziu em 6% o número de vítimas nas estradas e rodovias. Ainda é um número pequeno, mas ele só foi possível em função das várias medidas adotadas que contribuíram para esse resultado, como o uso obrigatório do cinto de segurança e o trabalho de conscientização que vem sendo feito com a população”.

Segundo Castro, é necessário que o Governo Federal atue mais fortemente na redução de acidentes envolvendo motociclistas, responsáveis por maior parte do número de mortes e internações no país.

Durante a abertura do evento, na quarta-feira (18.11), a presidente Dilma apresentou as medidas já adotadas pelo Brasil para enfrentar a epidemia que se instaurou no trânsito, como o endurecimento da Lei Seca – que culminou com a redução em das vítimas fatais –, e a obrigatoriedade do cinto de segurança e das cadeirinhas infantis. A presidente, reforçou a necessidade de um trabalho de conscientização, mobilização e educação para que todos se sintam responsáveis por um trânsito mais seguro.  “A batalha contra a violência do trânsito é mais que uma questão de novas leis. É necessária uma nova cultura”, frisou.

Sofrimento dos familiares das vítimas

A presidente destacou ainda que os prejuízos em acidentes de trânsito consomem o equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, chegando a 5% nos países em desenvolvimento. Porém, para ela, essas altas cifras em dinheiro, não contabilizam o sofrimento incalculável de milhares de famílias provocado pela perda de entes queridos e por seqüelas de acidentes graves.

Também foi destaque na fala da presidente, a resposta pós-acidente, um dos cinco pilares do Plano Global para a Década de Ação para a Segurança no Trânsito 2011-2020 : “Os sistemas de saúde devem estar preparados para o atendimento emergencial, assim como, a reabilitação das vítimas. No Brasil, temos o SAMU que atende mais de 150 milhões de cidadãos”.

A Conferência foi organizada por um comitê interministerial composto por oito ministérios sob coordenação do Ministério da Saúde, em parceria com Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o grupo informal Amigos da Década.

 

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A.V.

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