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Tempo de tela e suas implicações na saúde

O tempo gasto em frente às telas tem sido objeto de preocupação e estudo nas últimas décadas, à medida que a tecnologia se torna cada vez mais integrada ao nosso cotidiano. As implicações do tempo de tela na saúde física e mental variam e podem depender de fatores como idade, tipo de conteúdo consumido e contexto de uso. Aqui está um resumo das implicações, citando metanálises e estudos chave:

  1. Saúde Física:

Obesidade: O tempo de tela, particularmente televisão, tem sido associado ao aumento do risco de obesidade em crianças e adolescentes. Isso pode ser devido à inatividade física e ao aumento do consumo de lanches enquanto se assiste.

Metanálise: Marsh S, Ni Mhurchu C, Maddison R. (2013) “The non-advertising effects of screen-based sedentary activities on acute eating behaviours in children, adolescents, and young adults. A systematic review.” Appetite.

Perturbação do sono: A exposição à luz azul de telas antes de dormir pode afetar negativamente a qualidade do sono.

Metanálise: Carter B, Rees P, Hale L, Bhattacharjee D, Paradkar MS. (2016) “Association Between Portable Screen-Based Media Device Access or Use and Sleep Outcomes: A Systematic Review and Meta-analysis.” JAMA Pediatrics.

  1. Saúde Mental:

Bem-estar e satisfação com a vida: O uso excessivo de telas, em particular nas redes sociais, pode estar associado a níveis mais baixos de bem-estar em adolescentes.

Metanálise: Orben A, Przybylski AK. (2019) “The association between adolescent well-being and digital technology use.” Nature Human Behaviour.

Depressão e Ansiedade: O tempo de tela pode estar relacionado ao aumento dos sintomas de depressão e ansiedade.

Metanálise: Liu M, Wu L, Yao S. (2016) “Dose-response association of screen time-based sedentary behaviour in children and adolescents and depression: a meta-analysis of observational studies.” British Journal of Sports Medicine.

  1. Desenvolvimento Cognitivo e Acadêmico:

Desenvolvimento cognitivo: O tempo excessivo em frente às telas pode estar associado a piores resultados cognitivos em crianças.

Estudo: Madigan S, Browne D, Racine N, Mori C, Tough S. (2019) “Association Between Screen Time and Children’s Performance on a Developmental Screening Test.” JAMA Pediatrics.

Desempenho acadêmico: O tempo excessivo de tela pode estar relacionado a piores desempenhos acadêmicos.

Metanálise: Adelantado-Renau M, Moliner-Urdiales D, Cavero-Redondo I, Beltran-Valls MR, Martínez-Vizcaíno V, Álvarez-Bueno C. (2019) “Association between screen media use and academic performance among children and adolescents: A systematic review and meta-analysis.” JAMA Pediatrics.

De acordo com SBP-  Sociedade Brasileira de Pediatria, o limite de tempo para crianças estarem em contato com esses aparelhos são determinados pela faixa etária, sempre com supervisão familiar:

Menores de 2 anos: nenhum contato com telas ou videogames;

Dos 2 aos 5 anos: até uma hora por dia;

Dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia;

Dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia.

A SBP desaconselha o uso de telas por parte bebês: “O olhar e a presença da mãe/ pai/família é vital e instintivo como fonte natural dos estímulos e cuidados do apego e que não podem ser substituídos por telas e tecnologias”.

Muitas organizações de saúde, como a Academia Americana de Pediatria, recomendam limitar o tempo de tela para crianças e adolescentes e promover pausas frequentes para aqueles que trabalham em frente a telas por longos períodos. A moderação, o monitoramento do tipo de conteúdo e a garantia de que o tempo de tela não substitua atividades físicas ou sociais essenciais são fundamentais. Além disso, à medida que a tecnologia e os padrões de uso evoluem, novas pesquisas são necessárias para atualizar regularmente as diretrizes e recomendações.

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