Tabagismo causa envelhecimento

Um em cada três adultos é fumante, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), hábito que causa diversos problemas ligados ao coração e à circulação, cânceres de vários tipos e doenças respiratórias. Em cada tragada, são inaladas 4.700 substâncias tóxicas e dentre elas, três são consideradas as piores: a nicotina, que causa dependência; o monóxido de carbono (CO), que reduz a oxigenação sanguínea no corpo; e o alcatrão, que contém elementos cancerígenos.

Além dos problemas já listados advindos do tabagismo, tem um fator que muitas pessoas ignoram: o envelhecimento precoce. De acordo com um estudo conduzido por um grupo de pesquisadores da Universidade de Nagoya (Japão), foi verificada uma queda de 40% na produção do colágeno quando adicionada fumaça de cigarro a fibroblastos (células da pele que produzem o colágeno). Sem ele, a pele perde a elasticidade, acelerando o processo de envelhecimento. “Por muito tempo, o sol era apontado como o principal vilão para a saúde da pele. Hoje já se sabe que o dano causado pelo cigarro é muito maior”, aponta a dermatologista Ana Cláudia Nobre, especialista da Clínica Derma Facce.

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“O cigarro age na pele fazendo com que o nosso metabolismo cutâneo produza radicais livres. Esses radicais agem diretamente no fibroblasto, o que diminui a produção do colágeno. Outra característica bem especifica causada pelo fumo é a diminuição do calibre dos vasos sanguíneos que irrigam e nutrem a pele. Com essa vasoconstrição, os nutrientes vão ter mais dificuldades de chegar à pele, o que a deixa com aspecto ressecado”, explica Nobre.

Entre os outros malefícios causados à pele devido ao tabagismo estão a falta de brilho, a tonalidade amarelada e a tendência a flacidez, além da maior formação de rugas na região dos olhos e boca. “A maior parte das consequências advém da diminuição da circulação no corpo causada pelas substâncias tóxicas do cigarro, e diversas regiões são afetadas além do rosto, como o couro capilar, o que resulta em queda de cabelo e fios enfraquecidos, maior proeminência das celulites e pele flácida de uma forma geral. É como se o cigarro ‘comesse o colágeno’ da nossa pele”, declara a especialista.

Para quem precisa de um incentivo para largar o hábito de fumar, Ana Cláudia dá uma informação importante: “Um mês após o abandono do cigarro, já é possível ver melhorias na pele, pois se ganha um aspecto mais saudável e recupera-se a hidratação. Então nunca é tarde para parar”. A depender dos danos causados pelo tabagismo, algumas interferências profissionais podem ser feitas, a exemplo da aplicação do laser para estimular a produção do colágeno e técnicas de preenchimento facial. “Uma avaliação personalizada é necessária, mas o primordial é a devolução da hidratação para a pele da pessoa”, destaca a dermatologista.

Veja a seguir quais os principais benefícios listados pelo Ministério da Saúde a partir do instante em que se decide parar de fumar:

• Após 20 minutos sem fumar, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
• Após 2 horas não há mais nicotina no sangue;
• Após 8 horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
• Após 2 dias sem fumar, o olfato e o paladar são recuperados, o que significa que o cheiro e o sabor dos alimentos são melhor sentidos e percebidos;
• Após 3 semanas a respiração fica mais fácil e a circulação melhora;
• Após 5 a 10 anos o risco de sofrer infarto pode ser comparado ao de pessoas que nunca fumaram.

Redação Saúde no Ar*

João Neto