O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP e PR), disse nesta segunda-feira (16), em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, que em algum momento o país não conseguirá mais sustentar os direitos que a Constituição garantes – como o acesso Universal à Saúde – e que será preciso repensá-la.
“Vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e em outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las”, afirmou em entrevista ao jornal. “Todos os cidadãos já pagam pela saúde, todos os cidadãos já pagam pela segurança. No entanto, os gastos com segurança privada são muito superiores aos da segurança pública. Infelizmente, a capacidade financeira do governo para suprir todas essas garantias que tem o cidadão não são suficientes”, completou.
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Segundo ele, que foi relator do Orçamento de 2016 na Câmara de Deputados, não há capacidade financeira suficiente que possa suprir todas as garantias constitucionais. “Temos que chegar ao ponto do equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber”, afirmou.
Barros, mesmo sendo pessimista em relação ao futuro cenário da saúde, não deixou claro se haverá cortes na pasta. “Não posso afirmar isso agora. O que existe é a certeza de que faltam recursos, mas onde haverá o impacto dessa falta nós vamos decidir depois que a equipe econômica me afirmar que não vai ter capacidade de suprir o que estava previsto no Orçamento”.
Redação Saúde no Ar*
João Neto