No Brasil doenças cardiovasculares e câncer tornaram-se as principais causas de morte no país. Nas fases mais avançadas, o tratamento dessas doenças exige internações, medicamentos caros, exames, cirurgias agressivas e acompanhamento ambulatorial com equipes multidisciplinares.
Sendo os custos de planos de saúde altos, uma das áreas da economia que a incorporação de tecnologia aumenta o preço do produto final. O Sistema Único de Saúde – SUS e a Saúde Suplementar não possuem recursos suficiente para esses custos. Para o SUS: quando as verbas se esgotam, o atendimento é interrompido. Para os planos particulares a solução é aumentar as mensalidades.
O objetivo do Ministério da Saúde é aumentar o investimento e melhorar a gestão do programa Estratégia Saúde da Família. Arno Harz-heim, secretário de Atenção Primária do Ministério, calcula que os 16,6% do orçamento da pasta destinados para o programa aumentarão para 20,5%, até 2022. Ao mesmo tempo serão implantadas medidas para avaliação da qualidade dos serviços prestados. Criado em 1991, o programa possuía cerca de 2 mil equipes. Atualmente, são 43 mil equipes que fazem visitar domiciliar à 135 milhões de brasileiros, distribuídos pelo interior e nas cidades menores. As equipe são formadas por cinco agentes comunitários: dois auxiliares de enfermagem, uma enfermeira, um médico e um técnico em saúde bucal.
A expansão da rede de atenção primária reduziu a taxa de mortalidade infantil 53/1.000 nascidos vivos, em 1990, para 14, em 2015. No mesmo período, a mortalidade materna caiu de 104/100 mil nascimentos, para 44. Houve também queda na mortalidade por doenças cardiovasculares e infecciosas além do número de internações hospitalares. Os técnicos calculam que o Programa tenha potencial para reduzir até 80% das demandas por atendimento médico.
Com o mal envelhecimento dos brasileiros, metade da população 60 anos tem problemas de hipertensão, 15 milhões possuem diabetes. O excesso de peso e a obesidade afligem 54% da população adulta. Das mulheres em trabalho de parto atendidas nas redes do SUS, 20% são adolescentes com menos de 20 anos. O grande desafio do SUS em atender toda demanda faz com que a prevenção através da atenção primária, reduza os custos futuros de atendimento.