Os testes desenvolvidos pela UFG são fruto de parceria entre Bioclin e Merck
O Ministério da Saúde anunciou a distribuição de 150 mil testes rápidos para detecção de hanseníase. O Sistema único de Saúde (SUS) começou a receber os testes desenvolvidos pela Universidade Federal de Goiás (UFG) no mês de fevereiro. Com esta ação, o Brasil se torna o primeiro país do mundo a disponibilizar testes rápidos para hanseníase gratuitamente pela rede pública de saúde.
O desenvolvimento do teste sorológico denominado Bioclin Fast Ml Flow foi viabilizado pela transferência de tecnologia para a Bioclin, indústria brasileira especializada na produção de kits diagnósticos atuante em toda a América Latina, em parceria com a multinacional alemã Merck, que é a empresa química e farmacêutica mais antiga do mundo, tendo sido fundada em 1668.
O teste rápido surgiu em decorrência do trabalho realizado pela professora e pesquisadora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, Samira Bührer, junto a colaboradores, no Laboratório de Desenvolvimento e Produção de Testes Rápidos (LDPTR), localizado no Centro Multiusuário de Pesquisa de Bioinsumos e Tecnologias em Saúde (CMBiotecs) do IPTSP.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante a abertura do seminário “Hanseníase no Brasil: da evidência à prática”, ressaltou a importância dos testes serem ofertados para o SUS, bem como a necessidade do combate à desinformação e ao preconceito. “Não é apenas a doença que é negligenciada, mas também as pessoas”, comentou.
A aplicação do teste rápido representa um grande avanço para o diagnóstico precoce, possibilitando maior assertividade no tratamento. Na ocasião, a diretora do IPTSP, Flávia Aparecida de Oliveira, também se pronunciou, destacando o seu orgulho em ver um trabalho da UFG sendo fornecido no SUS. “É a prova também de que a universidade com parcerias público-privadas pode ir muito mais além”, disse.
O teste Bioclin Fast Ml Flow Hanseníase funciona por meio de um pequeno volume de amostra de sangue ou soro do paciente, baseado na reação antígeno/anticorpo. Os anticorpos IgM produzidos são identificados por imunocromatografia e a formação de uma linha vermelha é o que indica o diagnóstico da doença.