Estado do Rio tem surto de caxumba

Em apenas seis meses deste ano, o estado do Rio de Janeiro registrou mais surtos de caxumba- a popular papeira-do que em todo o ano passado. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, foram notificados no período de 1º de janeiro a 7 de julho, 66 surtos com o registro de 606 casos, enquanto em 2014 foram 561 casos o ano todo.

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, dados da Secretaria de Saúde mostram que a ocorrência da doença se deu nas cidades do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e Niterói, na região metropolitana. “Todos estes casos ocorreram em instituições fechadas. Não há ainda qualquer relação com casos graves ou óbitos e todos os notificados foram leves, tão leves que evoluíram bem clinicamente”, avaliou o subsecretário. Ou seja, segundo as autoridades, o surto é caracterizado pelo aumento de casos, acima da média registrada, em um determinado período de tempo e local concentrado e fechado, creches, escolas, empresas e condomínios.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou sobre o caso da morte de uma adolescente de 14 anos, com suspeita de ter contraído meningite viral. A menina estudava em uma escola onde ocorreram casos de caxumba.Chieppe reconheceu que é possível a evolução da caxumba em meningite viral, mas ressaltou que, até o momento, não foi confirmado se esta foi a situação da estudante, pois ainda não foram feitos todos os exames necessários.

Acompanhamento

Os casos estão sendo acompanhados pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde e pelas secretarias municipais de Saúde. A secretaria estadual informou que não há evidência de epidemia da doença no estado do Rio de Janeiro e está investigando o motivo do aumento de casos.

Para o subsecretário de Vigilância, o que há de concreto é o crescimento do número de surtos, uma vez que não é feito o monitoramento de casos individuais. “Não é preconizada pelo Ministério da Saúde a notificação de casos individuais, somente a ocorrência de surtos”, disse.

Segundo ele, algumas possibilidades estão sendo analisadas. Uma delas é o aumento da circulação do próprio vírus entre pessoas suscetíveis à doença e as não imunizadas, assim como a diminuição da eficácia da vacina ao longo dos anos.

Chieppe explicou que pessoas que tomaram a vacina há 10, 12 ou 15 anos, podem ter, eventualmente, uma diminuição de imunogenicidade da vacina, que é a capacidade da vacina de proteger o indivíduo. Ao longo dos anos, essa proteção pode diminuir um pouco, aumentando os casos de caxumba que ocorrem, geralmente, de forma mais leve nas pessoas que já foram imunizadas.

“São hipóteses que ainda estamos investigando. Não há nada conclusivo. Ainda precisamos de mais dados, para saber o motivo do aumento no número de casos em relação a anos anteriores”, completou.

Fonte: Agência Brasil
A.V.

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