No Dia do Rio Tietê, celebrado na última quinta-feira (22), relatório da Fundação SOS Mata Atlântica aponta que a mancha de poluição em um trecho monitorado aumentou 40% em um ano. Em 2021, a área poluída era de 85 quilômetros (km) e passou para 122 km neste ano. O estudo, que faz parte do projeto Observando os Rios, foi feito em parceria com a equipe técnica da causa Água Limpa. O rio também sofreu redução na água de boa qualidade, que passou de 124 km no ano passado para 60 km na atual medição.
O Tietê é o maior rio paulista, com mais de mil quilômetros, cortando o estado de leste a oeste. O manancial é dividido em seis bacias hidrográficas. O monitoramento da SOS Mata Atlântica foi feito por 35 grupos voluntários entre setembro de 2021 e agosto de 2022. Abrangendo 576 quilômetros do rio, da nascente, em Salesópolis, até a jusante da eclusa do Reservatório de Barra Bonita.
De acordo com a SOS Mata Atlântica, o principal motivo para a perda de trechos com qualidade de água boa e da piora constatada. Especialmente no interior do estado, é a transferência de sedimentos contaminados acumulados no reservatório de Pirapora do Bom Jesus para o Médio Tietê.
Além disso, outro fator importante destacado pela fundação é a expansão das cidades, com o surgimento de novas grandes áreas urbanas na região do Tietê.
Em nota, a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente informou que na comparação com 2019, houve um recuo de 25% da poluição, “quando a mancha registrada em 163 quilômetros do rio dos 576 monitorados pela fundação”.
Segundo o governo paulista, o Programa Novo Rio Pinheiros ligou o esgoto de 650 mil imóveis à rede de tratamento e o projeto Tietê, em funcionamento desde 1992. Além disso, ampliou a rede de coleta de esgoto de 70% da área urbanizada para mais de 90%. Além disso, a secretaria aponta que o tratamento foi ampliado de 24% para 85% do volume coletado na Região Metropolitana de São Paulo.
Ainda de acordo com a pasta, o governo paulista vai assinar contrato ainda em setembro, de financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o programa Renasce Tietê. Devem contar com investimento de R$ 500 milhões em ações de recuperação do rio
Fonte: Agência Brasil