Sobrepeso infantil preocupa ONU

 

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que lançaram neste mês um relatório regional sobre nutrição, se mostram preocupadas com os números do sobrepeso entre as crianças com menos de cinco anos de idade.

Na América Latina e no Caribe chegam a 7%. No mundo, a taxa é de 6%. No Brasil, 7,3%. Os maiores índices de sobrepeso na primeira infância foram encontrados em Barbados (12,2%), Paraguai (11,7%), Chile (9,3%) e México (9%).

De acordo com a publicação Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe 2017, a ingestão excessiva de calorias — bem como o ganho de peso e as doenças crônicas associados — tornou-se um problema de saúde pública na região. Levantamento foi elaborado pela FAO e pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

“Precisamos estar muito atentos ao que as nossas crianças estão consumindo. Apesar da rotina acelerada que muitos pais têm, é necessário que as famílias se esforcem para garantir que os pequenos tenham acesso a alimentos nutritivos e adequados para o desenvolvimento. A primeira infância influencia muito nos adultos que formaremos”, alerta o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic.

Crianças com sobrepeso correm mais risco de contrair doenças e desenvolver outras complicações de saúde e psicossociais na infância e na adolescência, além de estarem mais propensas a sofrerem com patologias cardiovasculares, diabetes e vários tipos de câncer durante a vida adulta.

Quando considerado o conjunto da população brasileira, sem distinção por faixa etária, os números chegam a proporções ainda mais alarmantes — 54% dos indivíduos têm sobrepeso e quase 20% dos homens e 24% das mulheres estão obesas. Cenário é tema de relatório divulgado neste mês por agências da ONU.

O documento da FAO e da OPAS aponta uma variedade de causas para esse cenário. Entre elas, estão mudanças nos padrões alimentares, o aumento da disponibilidade de alimentos ultraprocessados e o baixo consumo de alimentos frescos e saudáveis. Outros fatores incluem a adoção de estilos de vida mais sedentários, a imposição de jornadas laborais extensas e a falta de regulação do mercado publicitário de produtos alimentícios pouco saudáveis.

“O sobrepeso e a obesidade também fazem parte da garantia da segurança alimentar. Novos padrões de consumo devem ser adotados pelas pessoas e a rotina alimentar diária deve ser composta por alimentos saudáveis, valorizando o que chamamos de comida de verdade em detrimento de alimentos ricos em açúcar, sódio e gorduras”, acrescentou Bojanic.

Compromissos brasileiros

Para combater a obesidade e o sobrepeso, o Brasil assumiu compromissos consideráveis no âmbito da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição. São eles: deter o crescimento da obesidade na população adulta por meio de políticas de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta; e ampliar em, no mínimo, 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente. A expectativa é cumprir essas metas até 2019.

 

Fonte: ONU

Foto: Google

Redação Saúde no Ar

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