Silencioso e mortal, aneurisma da aorta tem letalidade de 90%

Aneurisma. A maioria das pessoas que ouve esta palavra já a associa com o adjetivo cerebral. Não à toa, apesar de ser um problema que atinge uma pequena parcela da população (cerca de 5%), o aneurisma cerebral já pode ser considerado uma doença conhecida pelo público. Mas, você sabia que a aorta também pode dilatar na região do abdômen causando o aneurisma da aorta abdominal? Pois é, como poucos sabem disso, tem muita gente por aí que pode ter o problema e não ter consciência dele.

Qualquer pessoa pode desenvolver a doença, que costuma evoluir de forma assintomática. Mas se você tem 55 anos ou mais, é hipertenso e fuma, é bom ficar atento, a maioria do público que desenvolve o problema tem este perfil.  Como prevenir é sempre melhor do que remediar, e, geralmente, o paciente só descobre o aneurisma quando ele se rompe, a dica de Ronald Fidelis, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular- Seção Bahia, é: passe a incluir no seu check-up anual um exame de ultrassom de abdômen. Ele é método ideal para o diagnóstico precoce deste tipo de aneurisma.

“O ponto de partida é a avaliação com um médico habilitado a diagnosticar as alterações circulatórias, que é o angiologista. Normalmente ele vai solicitar o exame de ultrassonografia abdominal, que é muito popular e conhecido, mas tem que ser feito visando avaliar a circulação abdominal”, pontua Fidelis.

O diagnóstico precoce é fundamental, pois depois da ruptura, de acordo com Fidelis, a letalidade da doença vai de 85% a 90%. Mas o que é mesmo um aneurisma da aorta abdominal? Bem, eles consistem em dilatações do segmento da aorta situado abaixo do diafragma e acima da bifurcação que a artéria sofre para formar as ilíacas, que vão nutrir os membros inferiores. “Estes ‘tubos’ podem sofrer enfraquecimento ao longo do tempo. Ou seja, com o passar dos anos, eles passam da forma cilíndrica para uma forma arredondada. Mas chega uma hora que eles atingem o máximo de sua capacidade de dilatar e podem rompe-se”, destaca Fidelis.

E é só neste momento que o paciente começa a perceber que algo está errado, pois o rompimento causa uma dor muito forte na região abdominal, por causa da hemorragia interna, que pode vir acompanhada de “palidez, tonturas, queda de pressão e suor frio”.

 

Tratamento

Infelizmente, poucos países adotaram políticas de prevenção para os grupos de risco. Na Inglaterra, a recomendação é que todos os homens com 65 anos ou mais sejam submetidos ao ultrassom, pelo menos uma vez. Nos Estados Unidos, a indicação é de um exame entre os 65 e os 75 anos para todos os homens que um dia fumaram. Naqueles que nunca fumaram, o exame é indicado quando existe história familiar ou outros fatores de risco.

Depois de diagnosticada a doença pode ser tratada com intervenção cirúrgica, mas há casos também que apenas o acompanhamento médico é indicado: “Alguns aneurismas são pequenos e só precisa de controle, não precisa de uma medicação específica. Mas em alguns casos é necessário fazer cirurgia. Hoje os médicos já conseguem tratar o problema sem precisar de uma cirurgia direta, sem ser necessário abrir a barriga do paciente. Nós já conseguimos tratar a maioria dos casos realizando um cateterismo, através da virilha”, explica.

 

Mutirão

Visando fazer o diagnóstico precoce da doença, a Associação Bahiana de Medicina (ABM) realizará no próximo sábado (17), em parceria com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, o Mutirão de Aneurisma Abdominal. O evento acontece na sede da ABM, em Ondina. Na ocasião, os participantes poderão fazer exames gratuitos para detectar a doença. No total serão realizados 100 procedimentos. Os interessados em participar da ação, devem retirar a senha de atendimento amanhã (16), na ABM.

 

Redação Saúde no Ar

 

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