Pesquisa da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, aponta o sexo oral como principal fator de risco de contrair câncer na garganta, ao contrário de fumar e consumir bebidas alcóolicas como se pensava. Segundo um estudo norte-americano, o papiloma vírus (HPV) é a principal causa desse tipo de câncer em pessoas com menos de 50 anos. Além disso, quem teve mais de seis parceiros tem nove vezes mais chances de contrair a doença. Se teve algum tipo de infecção provocada pelo HPV, o risco sobe para 32 vezes.
O médico da Clínica Otorrino de Brasília (CEOL), Caio Athayde, explica que “com as novas técnicas de identificação de vírus em diversos tecidos, cada vez mais a associação do vírus do papiloma humano (HPV) com o câncer de garganta tem sido verificada”.
Segundo o otorrinolaringologista, que confirmou o resultado da pesquisa, pelo menos 50% dos cânceres de orofaringe (parte visível da garganta quando uma pessoa abre a boca) têm estreita relação com o HPV, na faixa de 80%. “O vírus é transmitido por contato interpessoal, principalmente, via transmissão sexual. O sexo oral desprotegido tem papel importante na infecção do HPV para a garganta”, diz Athayde.
Os tipos existentes de HPV chegam a 200 e podem provocar lesões de pele. A maioria das infecções são assintomáticas, assim, muitas pessoas nem sabem que têm a doença, o que faz com que o vírus seja disseminado rapidamente. Na Suécia, por exemplo, 25% dos casos de câncer na garganta tinham relação com o HPV há 40 anos. Hoje, pulou para 90%.
“A vacinação contra o HPV e a orientação do sexo protegido são as principais orientações para a população geral”, aconselha o médico segundo o qual a pesquisa aponta” para uma nova tendência para o câncer de garganta”.
O governo brasileiro, inclusive iniciou recentemente uma campanha para a vacinação de meninas antes da vida sexual ativa, mas o médico alerta que é importante vacinar os meninos também e que isso poderia conter drasticamente a infecção.
Fonte: Catraca Livre
