“Racismo Estrutural e Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População Negra (PEAISPN)” foi tema da aula inaugural do Curso de Qualificação em Saúde da População Negra, promovido pela Diretoria de Gestão do Cuidado (DGC) em parceria com a Escola de Saúde Pública da Bahia — ESPBA.
O encontro, que se deu nesta quarta-feira (29), no auditório Lúcia Alencar, na Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), reuniu em sua mesa de abertura Ubiraci Matilde, assessora da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Marília Santos Fontoura, diretora da ESPBA, e Paulo Barbosa, subsecretário da Saúde do Estado da Bahia.
O intuito da criação do curso foi, para além da qualificação na assistência em saúde da população negra, promover um combate efetivo do racismo institucional e estrutural. “Desenvolvemos este curso como uma estratégia de valorização dos trabalhadores, mas também como implementação de uma nova prática de luta contra o racismo no Estado, algo que só poderá acontecer mediante um diálogo aberto sobre o tema”, disse Marília.
Tendo enquanto público-alvo técnicos e gestores estaduais da Sesab (Nível Central), Ubiraci ressaltou a responsabilidade destes trabalhadores (com ênfase nos gestores) na implementação da PEAISPN e do Programa de Combate ao Racismo Institucional — PCRI, fundado pela instituição como uma maneira de fortalecer a equidade em saúde. Além disso, frisou que na elaboração deste Programa — do qual fez parte —, o objetivo foi apresentar vertentes que impactassem na formação dos trabalhadores.
O subsecretário completou a fala de Ubiraci, afirmando que o papel dos gestores é extremamente importante na busca de resoluções antirracistas, onde devem se manter ativos e vigilantes para identificar situações de intervenção nos ambientes de trabalho. “O racismo estrutural atinge a saúde mental dos trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde — SUS, então devemos dar visibilidade à luta antirracista e concentrar ações que estimulem uma reverberação perante a sociedade”, conclui.
Logo após a mesa de abertura, Edna Maria de Araújo, do Comitê Técnico Estadual de Saúde da População Negra e professora da Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Feira de Santana, ministrou a primeira aula do curso. Nela, apresentou conteúdos como “Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: Conhecimento para a ação”, onde destrinchou as estratégias de gestão desta Política, tais quais: ampliação e qualificação da atenção à saúde da população negra portadora de IST e infecção pelo HIV/AIDS, qualificação da assistência obstétrica e neonatal às mulheres negras, e fortalecimento da atenção básica no cuidado à criança negra.
O Curso de Qualificação em Saúde da População Negra terá continuação nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, com encerramento no mês de março. Realizado de forma híbrida (aula presencial e virtual), a qualificação tem carga horária de 24 horas, e abordará questões relacionadas à Saúde das Pessoas com Albinismo e Doença Falciforme, Educação Permanente e Práticas Antirracistas no SUS, bem como o tema Racismo e Assistência Religiosa.
Comunicação/Superh/ Sesab