Termina hoje (04) o VI Seminário Gestão de Tecnologia e Inovação em Saúde. O evento acontece no Bahia Othon Palace Hotel, em Ondina, e discute o tema “Políticas de Inovação e Avaliação de Tecnologias em Saúde”. Ontem (03) durante a abertura do seminário, o médico, pesquisador e vice-presidente da Associação Brasileira de Economia da Saúde (Abres), Sebastião Loureiro, disse que o Brasil ainda gasta muito e mal em sistemas de tecnologias no setor.
Para o baiano que também é professor emérito do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, a tecnologia precisa influenciar políticas de saúde de estado. “Não só a tecnologia relacionada a aparelhos, mas à medicina e processos organizacionais podem ser aplicadas num sistema global de saúde”.
Ele defende que haja um processo hierárquico para a modernização, sobretudo nos sistemas públicos. “É preciso organizar o sistema de saúde com mais qualidade, utilizando mais a hierarquia dos procedimentos. Às vezes, as pessoas são encaminhadas para fazer exames mais complexos, quando poderiam resolver com procedimentos mais simples. Isso faz com que haja mais custos não só financeiros, como de tempo”, avalia.
Custos do SUS
A economista Rosa Maria Marques, presidente da Abres afirmou que em alguns países cuja gestão é universalizada, assim como faz o governo brasileiro, o orçamento chega a ser duas vezes maior que o nosso. “Entretanto, esse recurso pode ser maximizado com uma gestão mais eficiente dos gastos”.
Os estados da Bahia e da Paraíba já contam com 23 unidades hospitalares, cada, com sistemas de gestão de custo implantados. Na Bahia, há um Núcleo de Economia da Saúde, vinculada à Secretaria da Saúde do Estado, que faz a administração dos gastos, em parceria com o governo federal. “Tratar do custo é uma ferramenta gerencial e facilita a lidar com a alocação dos recursos na ponta, sabendo o peso de cada repasse”, afirmou Shirleyanne Brasileiro, gestora do programa de gerenciamento de custos na Saúde do governo da Paraíba.
De olho em formas de otimizar os recursos na saúde e articular os setores de inovação e tecnologia na área, o governo baiano vai lançar ainda este mês uma portaria que cria o Núcleo de Inovação e Tecnologia. Para o subsecretário de gestão da secretaria estadual de Saúde, Carlos Emanuel, o objetivo do núcleo é “criar um ambiente para análise das novas tecnologias que dia a dia surgem e podem ou não ser incorporadas no Sistema Único de Saúde. Portanto, este Núcleo tem como objetivo fazer uma análise crítica do ponto de vista científico, para identificarmos se esta é uma opção adequada ou não e se converge para o interesse coletivo daqueles que precisam do serviço de saúde”, pontua.
Ana Paula Lima