Eliane Lins de Lima é oito anos mais velha que Elba, que ainda tem outros dois irmãos. Ela conta que a caçula começou a engordar a partir dos 12 anos. “Ela não era uma criança ativa, então começou a engordar. Geralmente, crianças com Síndrome de Down são gordinhas, porque quando elas sentem que estão saciadas, já comeram muito”, diz. Além disso, por causa dos problemas de saúde de Elba, a mãe deixava a menina comer à vontade. “Ela comia macarrão, muita macaxeira, pão, tomava refrigerante.”
Na prática, Eliane sempre tomou conta da irmã, fato que se intensificou após o falecimento da mãe, em . “Minha irmã fez um exame de coração e deu que ele estava inchado, devido à gordura. Aí eu me preocupei. E ela começou a ter mais dificuldade de andar. Procurei uma endocrinologista e ela disse: ‘Infelizmente, não tem o que fazer, sua irmã não gasta calorias, então, ela não tem como emagrecer’.”
Eliane se recusou a aceitar que a irmã estava “condenada à obesidade”. Na ocasião, mais de 15 anos atrás, ela comprou revistas especializadas em saúde, passou a assistir programas de televisão que falassem sobre nutrição e, com o tempo, aprendeu a mexer no computador para fazer pesquisas. Por conta própria, Eliane foi fazendo adaptações no cardápio da irmã. O primeiro passo, foi melhorar a qualidade da alimentação de Elba. “Não tirei a alimentação da minha irmã, eu mudei. No início, eu botava a mesma quantidade, só mudando a qualidade. Aos poucos, fui reeducando. Hoje ela come um prato cheinho, mas não tanto quanto era antes”, explica.
G1