Saúde Pública: um problema que afeta a todos e depende de todos

Nesta quarta-feira (19.08), no Programa Saúde no Ar (Rádio Excelsior da Bahia), Patrícia Tosta, entrevistou o professor do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, Luis Eugênio Portela Fernandes de Souza, ex-presidente da Associação Brasileira de Saúde Pública-Abrasco. Ele fala sobre a Saúde coletiva e a situação da Saúde Pública no Brasil.

Luis Eugênio  explicou   que o conceito de saúde coletiva, surgiu como uma crítica as ações da saúde pública tradicional: “Entendemos que a saúde precisa ser tratada e cuidada de uma forma integral envolvendo desde as ações de promoção da saúde, de melhorias da qualidade de vida, até ações de tratamento e cura de doenças já instaladas” e lembra que  os problemas de saúde estão interligados com outros problemas como por exemplo,  a violência (que gera muitas internações hospitalares), falta de moradia adequada e ações e omissões do próprio cidadão:  a não pratica de  exercícios físicos, a falta de cuidados e de higiene,  excesso de consumo de alimentos prejudicais, se refletem na saúde pública.

“As pessoas precisam cuidar no interior de suas casas. Evitar que tenha um criatório de mosquitos, mas também no caso das doenças degenerativas, a gente sabe que o consumo excessivo de sal, de gorduras, de alimentos industrializados, é nocivo”, afirmou.

Ele  cita   a crise hídrica em São Paulo como exemplo:  “As pessoas passaram a acumular e a reservar água e suas casas, porque não tinham um abastecimento contínuo da água nas torneiras e multiplicou a possibilidade de criatório do mosquito, explodindo a epidemia”

O especialista reconhece os problemas do SUS, lamenta o recente corte de verbas, mas destaca os benefícios:

“A criação do Sistema Único de Saúde foi uma grande conquista da sociedade brasileira.  Com a criação dos SUS, o Brasil incorporou cerca de 40 milhões de pessoas que eram consideradas indigentes e que não tinham acesso ao serviço de saúde ”, e destaca   que após a criação do SUS, muitas doenças consideradas epidemias foram extintas ou reduziram bastante a incidência e cita como exemplo: a caxumba, varíola, sarampo, poliomielite, entre outras e lembra  que as pessoas que têm planos de saúde, também recorrem ao SUS. “Toda população brasileira independente do seu nível de renda, utiliza o sistema de saúde. Não só nas emergências do HGE (quando ocorre um acidente de veículo por exemplo) como na hora dos tratamentos intensivos de altos custos”, afirmou.

E resumiu:  “O instituto de Saúde Coletiva, tem a convicção que a solução efetiva de um atendimento adequado desse conjunto de problemas, depende não apenas do setor saúde. Depende de uma atuação integrada de todos”.

Ouça a entrevista completa, aqui.

 

Jorge Roriz

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