A revista International Journal of Gynecology and Obstetrics divulgou, nesta quinta-feira (01.10) , o alerta da Federação Internacional de Ginecologistas e Obstetras (Figo), principal organização internacional de profissionais da saúde reprodutiva, para o forte aumento da exposição aos produtos químicos tóxicos nos quarenta últimos anos que ameaça a saúde da reprodução humana.
“Estamos inundando o mundo com produtos considerados como inseguros e pagamos caro em termos de saúde reprodutiva “, declarou Gian Carlo Di Renzo, que pertence à Figo, organização com sede em Londres, que reúne especialistas de 125 países.
Ele culpa produtos químicos, como pesticidas, poluentes do ar, plásticos e solventes, por condições como abortos espontâneos, transtornos do crescimento fetal, peso reduzido no nascimento, má-formações congênitas, problemas nas funções cognitivas ou do desenvolvimento, câncer do aparelho reprodutor, baixa qualidade do sêmen e hiperatividade das crianças.
O relatório chama a atenção principalmente para os perturbadores endócrinos, ao destacar que um dos efeitos da exposição a estas substâncias é “desregular os hormônios encarregados de regular as funções reprodutivas e de desenvolvimento”.
Segundo Di Renzo, os perturbadores endócrinos estão presentes em inúmeros produtos como embalagens, pesticidas, cosméticos, revestimentos químicos e produtos de limpeza: “a exposição a produtos químicos tóxicos é permanente durante a gravidez e a lactação e ameaça a reprodução da espécie humana”, afirma a federação em seu comunicado, preconizando “políticas de proteção aos pacientes e às populações”.
Redação Saúde no Ar