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Saúde chama atenção para transmissão oral da doença de Chagas

Apesar da doença de Chagas, infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, geralmente ter transmissão pelo contato com fezes de insetos triatomíneos infectado; como o barbeiro, após a picada. Contudo, o perfil epidemiológico da doença no Brasil tem apresentado mudanças segundo o Ministério da Saúde.

De acordo com o MS, o contexto atual evidencia a ocorrência de casos agudos relacionados à transmissão envolvendo espécies silvestres infectadas pelo parasito; bem como à transmissão oral pela ingestão de alimentos contaminados, principalmente na região amazônica. Há ainda a predominância de casos crônicos decorrentes da infecção em décadas passadas.

O Ministério da Saúde estima que 1,9 a 4,6 milhões de pessoas estão infectadas atualmente no país (1 a 2,4% da população). “A doença de Chagas ainda pode afetar uma população grande de pessoas, mais de 65 milhões de pessoas, sobretudo em países da América Latina, estão em risco para essa doença. Já vencemos muitos desafios, já melhoramos as condições socioeconômicas, mas ainda persiste em função das desigualdades sociais, não só a possibilidade da transmissão habitual, como outras formas de transmissão, como transmissão oral e a questão congênita”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Além disso, a pasta chama atenção para outro modo de transmissão, que consiste na ingestão de alimentos contaminados com os insetos ou fezes triturados, incluindo o açaí, cana de açúcar e sucos de frutas. A doença de Chagas também pode ser transmitida por transfusão de sangue ou durante a gravidez, da mãe contaminada para o filho.

O chefe da Unidade de Doenças Tropicais Negligenciadas e Transmitidas por Vetores da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Luis Castellanos, afirmou que o enfrentamento da doença pelos países envolve três pilares fundamentais: estabelecer alianças, promover e apoiar a pesquisa e demonstrar compromisso.

Do mesmo modo, o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, destacou a importância do diagnóstico e tratamento oportunos da infecção. “Para a Fiocruz, a doença de Chagas constitui um grande desafio de saúde pública desde os primórdios da nossa instituição com a incrível descoberta científica de Carlos Chagas”, afirmou.

 

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Joice Mara Araujo

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