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Saiba como aproveitar as festas juninas com saúde e segurança

Fogueira, fogos de artifício, comidas típicas, danças e brincadeiras juninas. Tudo isso marca o São João no Nordeste. Neste período os cuidados com a saúde devem ser redobrados, pois o corpo fica exposto à mudança climática, a fumaça e o estomago mais suscetível a infecções devido à quantidade de proteínas ingeridas em curto período. O Saúde no Ar preparou algumas dicas de como aproveitar o São João com saúde e segurança. Confira:

RISCOS DE LESÕES OCULARES- Os olhos merecem uma atenção especial nesta época de São João. A fumaça, o calor e os fogos de artifício podem causar irritações e lesões graves que podem comprometer a saúde ocular. Os cuidados devem ser redobrados com as crianças. “Até mesmo fogos considerados inocentes, como “traques de massa” ou “chuvinhas”, também podem trazer riscos e só devem ser manipulados por crianças sob a supervisão de um adulto”, alerta o Oftalmopediatra. Gustavo Rodrigues, que esclarece como esses problemas ocorrem e quais cuidados tomar.

A fumaça e o calor das fogueiras desencadeiam quadros alérgicos que causam a maioria das irritações oculares. Isso ocorre quando corpos estranhos (ciscos) atingem os olhos através de fuligens ou faíscas, ou ainda devido a irradiação térmica quando se está muito próximo ao calor por um período prolongado. Elas se manifestam geralmente através de desconforto ocular, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos), lacrimejamento, edema (inchaço) de pálpebras e secreção da mucosa (secreções brancas ou esverdeadas conhecidas como “remela”).

Os incidentes envolvendo fogos de artifícios são mais graves, podendo causar lesões sérias aos olhos. Nestes casos, podem ocorrer, desde queimaduras leves, até queimaduras extensas e perfurações do globo ocular quando atingido por estilhaços de bombas e foguetes o que pode causar perda da visão. Alguns acidentes com lesões na córnea (tecido transparente sobre o qual depositamos as lentes de contato) podem causar cicatrizes e opacidade definitivas que podem prejudicar a visão e até causar cegueira sendo, muitas vezes, necessário um transplante de córnea.

No caso de ocorrência de alguma lesão ocular, a primeira providência a ser tomada é lavar os olhos com água abundante. “Esta medida deve ser imediata e pode evitar o agravamento das lesões”, reforça o especialista. Em se tratando de lesões mais grave, como uma perfuração visível, corpo estranho grande ou sangramento, a melhor medida é um curativo simples para proteção e oclusão do olho. “É importante evitar apertar ou coçar o olho e também qualquer tentativa de retirada do corpo estranho”, acrescenta. Após estas primeiras medidas, o paciente deve procurar um serviço de emergência de imediato.

A melhor medida ainda é a prevenção, evitando, sempre que possível, a manipulação de fogos explosivos acesos com as mãos, dispondo os mesmo sobre o chão ou terra antes de acendê-lo ou usando varas longas, no caso de foguetes. O uso de óculos de proteção são também recomendados, de acordo com orientações do oftalmopediatra.

Também devido aos festejos juninos, a ocorrência de crises alérgicas oculares (conjuntivites alérgicas) aumenta bastante no mês de junho. Nestes casos, é recomendado realizar compressas frias, evitar coçar os olhos ou lavá-los com soro fisiológico (pois o sal pode irritar ainda mais) e consultar um médico oftalmologista o mais breve possível.  “Tomando os devidos cuidados é possível curtir o São João com mais segurança, sem colocar os olhos em risco. É importante não esquecer de observar as orientações de segurança do fabricante e a idade recomendada para cada tipo de fogos”, aconselha o especialista do Hospital de Olhos Oftalmodiagnose.

COMO SE PROTEGER DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS NO INVERNO- As infecções das vias respiratórias têm maior facilidade de ocorrer no inverno, que começa nessa quarta-feira (21) e vai até 22 de setembro. Muitas delas são agravadas por alergias. E o motivo é que, em temperaturas mais baixas, o confinamento comum nessa época do ano favorece a propagação dos vírus e a contaminação, como explica o infectologista Paulo Cesar Guimarães.

“Tanto em casa, como nas creches, escolas e ambientes de trabalho, costumamos ficar em ambientes fechados, sem ventilação, e isso se acentua nos dias frios, aumentando a propagação dos vírus”, diz o especialista, que é diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Fase-RJ).

Ele cita como as infecções respiratórias mais comuns a rinite, a rinossinusite, amigdalites e otites, nas vias aéreas superiores; e as pneumonias, broncopneumonias, bronquiolites e síndrome respiratória aguda grave (influenza), nas vias aéreas inferiores. Crianças, adultos e idosos podem se proteger de gripes e outros males à saúde típicos do frio com uma medida simples: lavar as mãos regularmente, para evitar o contágio. De acordo com o infectologista, pessoas de todas as faixas etárias também devem seguir o calendário de vacinação do governo, da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Imunizações. Paulo Cesar Guimarães desmente o boato de que a vacina da gripe seria capaz de causar a doença.

“A vacina contra a gripe é produzida com vírus inativado e fracionado. Em outras palavras, é com vírus morto, sendo assim não pode provocar a doença gripe. É comum algumas pessoas dizerem que tomaram a vacina e, dias depois, estavam gripadas. Na grande maioria das vezes não se trata de gripe e, sim, resfriado, que pode ser provocado por vários vírus e não pelo influenza”, esclarece o médico e professor.

No caso específico das crianças, além do confinamento, ele chama atenção para o fato de muitas delas terem rotina excessiva de atividades. “Muitas crianças têm agenda e vida social incompatíveis com a idade. Ficam cansadas e isso pode afetar a imunidade. Além disso, ficam expostas à convivência em muitos grupos, o que aumenta as chances de contágio”, explica Paulo Cesar Guimarães, que é membro do Comitê de Infectologia da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro.

O que diferencia a gripe do resfriado é a intensidade de sintomas e o local das vias respiratórias afetadas. Em geral, nos quadros de gripe os sintomas são mais intensos e no resfriado são mais leves e têm uma menor duração. Na gripe pelo vírus influenza a agressão pulmonar é frequente, com a Síndrome Respiratória Aguda Grave, frisa o diretor da Faculdade de Medicina de Petrópolis. Ele recomenda especial atenção nos casos de infecções das vias aéreas no inverno:

“É importantíssimo buscar um serviço de saúde, para que o diagnóstico e a conduta terapêutica sejam realizados o mais breve possível.”

COMO EVITAR QUEIMADURAS- Com a proximidade dos festejos juninos, aumentam os riscos de acidentes provocados por fogos de artifício, alguns com graves conseqüências como mutilações. Segundo o cirurgião plástico Carlos Briglia, coordenador do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Geral do Estado (HGE), as estatísticas não apontam para um aumento considerável no número de acidentes que resultam em queimaduras graves durante as festas juninas em Salvador.

“O maior número de casos atendidos no HGE durante este período é de queimaduras leves, que não precisam de internamento. Os municípios do interior concentram a maior incidência dos casos, inclusive aqueles de maior gravidade, resultantes do fabrico clandestino de fogos, e que podem provocar sérios acidentes, com mutilações e sequelas graves”, pontua o cirurgião.

Ainda de acordo com Briglia, o atendimento a vítimas de queimaduras no HGE aumenta em torno de 15 a 20% durante o período de São João, enquanto o atendimento a vítimas de explosão de bombas, que resultam em trauma nas mãos, quase dobre em relação aos demais períodos do ano.

No ano passado, o HGE registrou 103 atendimentos de vítimas de queimaduras e explosão de bomba entre os dias 22 e 27 de junho. Desse total, 41 atendimentos foram decorrentes de queimaduras em geral, e somente 14 foram relacionados diretamente com os festejos juninos. No caso de explosão de bomba, foram 62 atendimentos, com 33 pacientes encaminhados para o Serviço de Cirurgia de Mão, com lesões graves.

PRIMEIROS SOCORROS–  O médico André Luciano Santana, diretor geral do HGE, revela que durante o período de São João a unidade está capacitada para atender as ocorrências. Segundo ele, o volume de atendimento aumenta em torno de 15 a 20% nesse período, mas há grande número de ocorrências relacionadas com acidentes de veículos, principalmente nas estradas.

Conforme explica o coordenador do CTQ, os primeiros cuidados em casos de queimaduras são importantes. “Em caso de queimadura, não devem ser usadas pomadas nem soluções caseitou a região afetada deve ser lavada com água corrente e protegida com uma compressa úmida. Em seguida, o paciente deve buscar atendimento em uma unidade de saúde”, recomenda.

Para o cirurgião Marius Wert, coordenador do Serviço de Cirurgia de Mão do HGE, é preciso “atenção extrema” ao lidar com fogos de artifício, principalmente no caso de crianças, que não têm noção do perigo a que estão expostas. “O uso de fogos de artifício deve ser feito com muita atenção e cuidado. É comum acidentes como queimaduras, perda de dedos e, nos casos mais graves, até perda da mão”, adverte o especialista, recomendando que em caso de acidente com lesão na mão, o paciente deve ser encaminhado imediatamente para um serviço especializado.

Estudo divulgado pela Associação Brasileira de Cirurgia da Mão (ABMC) mostrou que ao menos 50% das mãos mutiladas no Brasil poderiam ser preservadas, caso o primeiro atendimento fosse especializado, e que no período de festas juninas, cerca de 90% dos acidentes graves, relacionados com explosão de bomba, resultam em amputações.

O médico Carlos Briglia enfatiza que é preciso muito cuidado no manuseio de fogos, e lembra que apesar das constantes campanhas e alertas feitos pelos especialistas, as pessoas ainda se descuidam e se expõem ao risco de acidentes. O coordenador do Serviço de Cirurgia de Mão do HGE, por sua vez, aconselha que as pessoas acendam os fogos de artifício o mais distante possível do corpo, principalmente das mãos, e que evitem soltar qualquer tipo de fogos de artifício quando estiverem ingerindo bebidas alcóolicas.

ATENDIMENTO AOS FERIDOS- O médico André Luciano Santana, diretor geral do HGE, revela que durante o período de São João a unidade está capacitada para atender as ocorrências. Segundo ele, o volume de atendimento aumenta em torno de 15 a 20% nesse período, mas há grande número de ocorrências relacionadas com acidentes de veículos, principalmente nas estradas. O Centro de Tratamento de Queimados do HGE é referência no estado e um dos poucos serviços no país dotados de centro cirúrgico e UTI próprios. O serviço possui 38 leitos e uma equipe multidisciplinar.

CEIA JUNINA, BENEFÍCIOS E PERIGOS- No quadro “Comer e Ser”, do programa Saúde no Ar, a professora Neuza Miranda fala sobre o valor nutritivo do amendoim. Segundo ela, a grande vantagem do amendoim é sua composição de alta qualidade nutricional.

Genuinamente brasileiro, o amendoim é uma das leguminosas produtoras de grãos mais plantadas no mundo. Devido ao seu alto conteúdo de proteína e óleos insaturados, tem papel fundamental na alimentação dos povos de países da América Latina, da África e da Ásia.

O que faz os especialistas acreditarem que o grão pode adquirir um papel mais central na alimentação mundial são algumas de suas características. A qualidade do óleo do amendoim é superior ao do azeite de oliva, o que pode ajudar na prevenção de doenças cardíacas. Além disso, os grãos apresentam grandes concentrações de vitamina E — um antioxidante que previne câncer, diabetes e doenças autoimunes — e de proteína, podendo substituir a carne em países onde há escassez desse alimento.

Apesar dos benefícios, a professora Neuza Miranda alerta para o perigo da presença de fungos no amendoim e nos seus subprodutos, pois mesmo os industrializados, podem conter fungo. Ainda segundo Neuza, a Organização Mundial de Saúde (OMS), já concluiu que a aflatoxina, produzida pelo fungo, pode desenvolver câncer primário no fígado do homem. Isto não significa que, ingerindo aflatoxina, a pessoa fatalmente contrairá câncer, mas sim, que existe o risco.

Um grão pode contaminar todo um lote de produção. No caso específico do amendoim, a contaminação pode ocorrer em qualquer uma das diversas etapas do processo produtivo, tanto pela utilização de matéria-prima inadequada, quanto por questões que envolvem a manipulação, armazenamento e transporte do produto, seja por parte do fabricante, ou do estabelecimento que o comercializa.

VAI VIAJAR? PEGUE A ESTRADA COM SEGURANÇA- Se a ideia é ir de carro, a preparação para o passeio precisa ir além da revisão do veículo. Se o motorista tem algum distúrbio do sono, como apneia e insônia, ou não dormiu bem no dia anterior à viagem, é preciso ter muito cuidado: uma pesquisa da Associação Brasileira de Medicina e Tráfego aponta que 60% dos acidentes de trânsito são provocados por sono e cansaço. A Academia Brasileira de Neurologia alerta que 86,6% dos motoristas afirmam que já sentiram sono ao dirigir em estradas.

Por conta disso, a especialista em sono Kenya Felicíssimo, Delegada-Brasil da Associação Mundial de Medicina do Sono e professora de Mestrado da UFBA, promove uma campanha de conscientização nos pedágios, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar da Bahia. Ao longo da semana, serão distribuídos panfletos para os motoristas nas cabines, o tema será discutido durante as abordagens policiais e nas redes sociais.

“A qualidade do sono do motorista impacta diretamente na ocorrência de infrações. A privação de sono e alguns distúrbios, como ronco e apneia, provocam sonolência diurna, falta de atenção e alterações de humor. É preciso ficar atento aos sinais que o corpo dá, como bocejar de forma contínua, sentir olhos ou cabeça pesados, não se lembrar por onde acabou de passar”, esclarece Kenya Felicíssimo, que é pioneira em Odontologia do Sono na Bahia.

Ela explica que, assim como o excesso de velocidade, o consumo de álcool e o uso do celular, a sonolência é um comportamento de risco evitável ao volante. Nessas situações, o recomendado é parar em algum lugar, andar um pouco, lavar o rosto, ingerir água e café. “Se o sono persistir, o ideal é procurar um local seguro para descansar. Evite dirigir por um período muito longo, ingerir comidas pesadas, bebida alcoólica e o uso de substâncias estimulantes que mascarem o sono”, indica Kenya Felicíssimo.

De acordo com a Fundação Nacional do Sono, a insônia aumenta em 250% o risco de acidentes de trânsito; em caso de apneia, o risco é elevado para 700%. O motorista sonolento tem atenção reduzida nas estradas, maior tempo para reagir e para tomar decisões. Como medida preventiva, o Conselho Nacional de Trânsito publicou, em 2008, a Resolução 267, que exige uma avaliação dos distúrbios do sono para os motoristas que realizem adição, renovação ou mudança para as categorias C (caminhão), D (ônibus) e E (carreta).

 

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Linda Gomes

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