Roupas que combatem a celulite e outras “nanos”

Muita gente pensa que isso não passa de imaginação, mas a verdade é que roupas que combatem a celulite, com propriedades antibacterianas, com aroma, que ajudam a relaxar a musculatura e combater a celulite e a flacidez, assim como cápsulas que hidratam a pele, já são realidade. Pelo menos, para os mais bem aquinhoados.
A verdade é que essas e outras novidades chegam ao mercado brasileiro entre uma série de produtos criados a partir da nanotecnologia, que é a pesquisa e manipulação de moléculas e átomos para criar novos materiais. Conforme reportagem publicada pelo Diário de Pernambuco online, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), há cerca de 100 empreendimentos com esse perfil no país, a maior parte deles no estado de Santa Catarina, que lidera com 25 empresas com essa especialização.

Na reportagem, o gerente de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae, Célio Cabral, explica que mesmo com os altos custos, riscos e retornos de longo prazo que envolvem esse tipo de negócio, o número de empresas com base tecnológica tem crescido exponencialmente. Porque é um diferencial competitivo, sobretudo, em um momento de crise, em que as condições econômicas são cada vez mais difíceis no acesso ao mercado. “O risco é maior, mas a possibilidade de retorno é grande”, comenta.

“Esse empreendedor, via de regra, não tem perfil empresarial, é um cientista. Então é fundamental que ele busque se capacitar em gestão empresarial, entender que empresa é muito diferente de laboratório, entender de gestão financeira, de pessoas, linhas de acesso a mercado, linhas de acesso à financiamento”, disse Cabral ao lembrar que o próprio Sebrae oferece um portfólio de serviços para esse tipo de empreendimento, como assessoria, consultoria, capacitação e recursos de até R$ 125 mil não reembolsáveis para projetos de inovação.

A nanotecnologia foi incluída no Plano Plurianual (PPA) do governo federal de 2000-2003 e ganhou programa específico a partir do PPA seguinte. Até o ano passado, o Brasil respondia por menos de 0,1% da produção mundial do setor.

Para as empresas interessadas em entrar para este universo, a farmacêutica Betina Giehl Zanetti Ramos, com mestrado e doutorado em Nanotecnologia, aconselha: “Temos um mercado gigantesco para abranger, mas é importante que todo o novo fornecedor dessa tecnologia tenha consciência de que tipo de produto está levando para o mercado, que requer controle e abordagem criteriosa”.
Em 2009, ela e o marido Ricardo Henrique Ramos, criaram a Nanovetores, que hoje tem 25 funcionários e cinco distribuidores internacionais e que faturou cerca de R$ 2,5 milhões, ano passado, R$ 1 milhão a mais do que em 2013. Mas,ela garante que não é fácil.

Um dos problemas é a falta de regulação sobre o desenvolvimento da nanotecnologia , pois ainda não existem regras claras que possam dar segurança suficiente para que as empresas realizem os investimentos e consigam incorporá-los na tecnologia.
Em 2014, o Brasil integrou o programa NanoReg, um projeto de pesquisa com foco na regulamentação em nanotecnologia, proposto por um consórcio de mais de 50 instituições do mundo todo, entre empresas, universidades, institutos de pesquisa, institutos de metrologia e órgãos de governo, com financiamento da União Europeia. Dentre os objetivos do projeto está o de disponibilizar aos legisladores um conjunto de ferramentas para avaliação de risco e instrumentos de tomada de decisão, a curto e médio prazo. Outra meta é desenvolver e estabelecer uma estreita colaboração entre governos e indústria para a gestão adequada dos riscos e criar a base para abordagens comuns, conjuntos de dados mutuamente aceitáveis e práticas de gestão de risco.

O Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação criou em 2012 o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNANO), uma rede de laboratórios com o objetivo de fornecer infra-estrutura e suporte acessíveis a pesquisadores, empresas e órgãos públicos de todo o país para o desenvolvimento e inovação em nanociências e nanotecnologias.

Fonte: GS News

A.V.

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