No dia 21 de janeiro é celebrado o Dia de Combate à Intolerância Religiosa. A escolha da data faz menção ao falecimento há 20 anos, da ialorixá baiana mãe Gilda, que sofreu infarto após receber ofensas de um jornal evangélico. Nesta terça-feira, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) fez uma homenagem à Mãe Gilda no local onde fica o busto da ialorixá, no Parque Metropolitano do Abaeté.
O núcleo promoveu uma roda de conversas sobre intolerância religiosa no Terreiro Obatalandê, em Lauro de Freitas, com presença de religiosos, autoridades e sociedade civil. Em 2019, o Centro de Referência Nelson Mandela registrou 49 casos de intolerância religiosa, a maior parte deles contra religiões de matriz africana. Nos primeiros dias de 2020 já houve um registro. No Terreiro Obatalandê, as agressões e a luta contra discriminação continuam. “A intolerância mata, fere e nos magoa. A gente precisa entender que estamos no século 21 onde a lei garante o estado laico para todos. A motivação desse dia é dizer ‘não’ a qualquer tipo de opressão”, declarou o babalorixá que comanda a casa, Pai Anderson de Oxalá.
Para a vice-presidente do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra, Lindinalva de Paula, a intolerância vai mais além. “O que acontece no Brasil e na Bahia é um racismo religioso, um ódio que impede que a maneira diferente de cultuar sua fé aconteça de forma tranquila. Para nós, da sociedade civil, este dia é extremamente importante, nos dá visibilidade”, reforçou.