De 01 de janeiro a 14 maio, foram aprovados no Brasil 169 novos produtos agrotóxicos. A quantidade aprovada neste ano, até 14 de maio, é 14% superior à do mesmo período no ano passado. E é maior do que a registrada em todo o ano de 2015, quando o crescimento começou a disparar. Ativistas do meio ambiente estão preocupados e afirmam que mais veneno está sendo “empurrado” à revelia para a população.
A população já deixou bem claro que não quer agrotóxicos e isso está sendo empurrado goela abaixo. Neste governo, o agrotóxico tem espaço garantido. É uma escolha política que gera mudanças nas instituições”, diz Marina Lacôrte, especialista em agricultura e alimentação do Greenpeace.
Segundo o Greenpeace, 25% dos produtos aprovados pelo governo neste ano não são permitidos na União Europeia. “O que a gente está vendo é que o Brasil acabou virando um depósito de agrotóxicos que são proibidos lá fora”, diz Marina Lacôrte, especialista em agricultura do Greenpeace.
Dos 169 agrotóxicos registrados neste ano, nenhum é inédito. Mais da metade (52%) são cópias de princípios ativos aprovados anteriormente.
Segundo o Greenpeace, 48% dos produtos liberados são classificados como alta ou extremamente tóxicos.
O governo se defende:
o governo e a indústria afirmam que o número de registros aumentou porque o sistema ficou mais eficiente, sem perder o rigor de avaliação, que a quantidade de substâncias novas aprovadas é mínima e que os químicos são seguros se forem usados corretamente.
“Não se tem nenhuma insegurança na liberação desses produtos, que estavam lá numa fila enorme e que eram represados por problemas ideológicos”, completou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na abertura de uma feira em Uberaba, Minas Gerais.
Jorge Roriz