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Riscos do tabagismo

O tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo, estando associado a 25% das mortes por doença do coração e 25% dos óbitos por derrame cerebral, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar dos indicadores, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1/3 da população mundial adulta, cerca de dois bilhões de pessoas, sejam fumantes. No Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, criado para alertar a população sobre os danos causados pelo cigarro, o pneumologista Marcel Albuquerque fala sobre a metodologia mais eficaz para tratar a dependência de forma definitiva.

“O Programa de Cessação do Tabagismo já se encontra no segundo ano com excelentes resultados. Entre os pacientes, obtivemos um total de 83% de cessação completa ao tabagismo, sendo a taxa de sucesso no sexo feminino de 100%. Em média, a cessação ocorreu após 6,2 sessões (ou 46 dias) após o início do acompanhamento médico e psicológico”, conta Marcel Albuquerque que coordena o programa no Hospital Cárdio Pulmonar.  O especialista conta que desde 2015 houve apenas cinco desistências (abandono com menos de um mês), sendo que o principal motivo foi incompatibilidade de horário.

O Brasil é um dos oito países que atingiram quatro metas ou mais, recomendadas pela OMS para reduzir doenças e mortes relacionadas ao tabaco (MPOWER). A informação vem do relatório “Who report on the global tobacco epidemic, 2017” divulgado pela entidade, em julho deste ano. De acordo a organização, o tabaco mata quase 6 milhões de pessoas por ano. Se não houver nenhuma mudança de cenário, a previsão para 2030 é que mais de 8 milhões de pessoas morram por conta do cigarro. “O hábito é considerado uma das principais causas isoladas, evitáveis, de morte precoce em todo o mundo”, lembra o médico cardiologista, Luiz Pinho.

Além do cigarro ser causa de doenças pulmonares e cardiovasculares, o fumo é um fator de risco que pode levar a outras doenças como disfunção erétil, infertilidade masculina e feminina, osteoporose e catarata, explica o médico. O tabagismo é conhecido como uma doença epidêmica que gera dependência física, psicológica e comportamental. A nicotina, presente nos cigarros, é a causa da dependência, e pode ser comparada a drogas como cocaína e heroína. Os fumantes consomem cerca de 4.700 substâncias tóxicas e 43 substâncias cancerígenas. Por conta dos seus componentes, o fumo é a causa de 50 doenças, entre elas o câncer, doenças vasculares e respiratórias.

Entre 1990 e 2015 a porcentagem de brasileiros fumantes diários caiu de 29% para 12% entre homens e de 19% para 8% entre as mulheres. Apesar do número trazer esperança, ainda é preciso muita conscientização, o Brasil tem prejuízo de  cerca de R$ 57 bilhões por ano com o tabagismo: deste total, cerca de R$ 39 bilhões são gastos com despesas médicas e cerca de R$ 17 bilhões com custos indiretos ligados à redução da produtividade causada por incapacitação de trabalhadores ou morte prematura. O Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de número absoluto de fumantes.

Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina mundial e 12% da feminina fumam. O pneumologista Marcel Albuquerque ressalta que a abordagem multidisciplinar é o método mais eficiente para os pacientes abandonarem o cigarro definitivamente. “O cigarro causa tanto a dependência química quanto a psicológica. Por isso, nenhum tratamento isolado é eficaz. Pacientes que optam por fazer a reposição de nicotina por conta própria, muitas vezes, não conseguem o resultado esperado a longo prazo, pois a dependência maior pode ser psicológica, por exemplo”, explica o coordenador do Programa de Cessação.

Ouça declarações acerca do tema:

Virgínia Freitas (oncologista e membro da Comissão Atitabagismo):

Rita Domingues (coordenadora do grupo antitabagismo):

Rosanne Dessouron (psicóloga da UBS Orlando Imbassahy):

 

Fontes: Dr. Marcel Albuquerque/Dr. Luiz Pinho

Foto: Pixabay

Redação Saúde no Ar

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