“Risco iminente”: ONU alerta para escassez de água em nível global

Durante o Dia Mundial da Água, comemorado nesta quarta-feira (22), a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta para o “risco iminente” de uma crise global de escassez. De acordo com a ONU, o risco decorre devido ao consumo excessivo e às mudanças climáticas. Na Conferência da Água de 2023, que ínicia nesta quarta-feira em Nova York, a ONU pretende alcançar compromissos mundiais para mudar o paradigma de gestão.

“A água inicia guerras, apaga incêndios e é fundamental para a sobrevivência humana, mas garantir o acesso a todos depende em grande parte da melhoria da cooperação”, diz o novo relatório da ONU publicado nessa terça-feira.

Relatório Mundial de Desenvolvimento da Água, destaca as maneirasde superar juntos os desafios comuns, alerta para o “caminho perigoso” que as populações estão seguindo, “de excesso de consumo e desenvolvimento vampírico”. Em nível global, cerca de 2 bilhões de pessoas não têm água potável de qualidade e 3,6 bilhões não têm acesso a saneamento, afirma o documento.

A ONU conclui, no documento, que a população urbana global já enfrenta escassez de água, o que irá duplicar, segundo as estimativas. Além disso, cada vez mais frequente, a “incidência de secas extremas e prolongadas” também afeta os ecossistemas. Por isso, é urgente “estabelecer mecanismos internacionais fortes para evitar que a crise global da água saia de controle”, destaca no relatório a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “A água é o nosso futuro comum e é essencial agir para partilhar equitativamente e gerir de forma sustentável”, acrescenta.

Especialistas independentes da ONU, que participaram do novo relatório, ressaltam que a água tem de ser “gerida como bem comum, não como mercadoria”. “Considerar a água uma mercadoria ou uma oportunidade de negócio vai deixar para trás os que não têm acesso ou não podem pagar os preços de mercado”, justificam, acrescentando que só se pode alcançar os compromissos estabalecidos de forma eficaz se as comunidades e os direitos humanos estiverem no centro das discussões.

 

Conferência da Água

Assim, 12 chefes de Estado e de Governo, cerca de 80 ministros, altos funcionários governamentais e mais de 6,5 mil representantes da sociedade civil vão participar da Conferência da Água, que inicou nesta quarta-feira (22) e segue até sexta-feira (24) com o tema “Água para o Desenvolvimento Sustentável”.

O encontro pretende definir uma nova agenda de ação para a água, dentro dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, especialmente no que diz respeito ao objetivo 6 – água potável e saneamento. Segundo o secretário-geral da ONU, António Gueterres, o encontro deve resultar numa ousada agenda de ação que dê à força vital do mundo o compromisso que ela merece.

 

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