Resistência de bactérias aos antibióticos pode ser revertida

A proliferação das bactérias resistentes aos antibióticos é um problema crescente em nível mundial, porém isso pode ser reversível. As pesquisadores Miriam Barlow (Universidade da Califórnia) e Kristina Crona (Universidade Americana) descobriram uma maneira de fazer com que as bactérias retornem a um estado pré-resistente. Elas demonstraram essa “evolução às avessas” usando uma família de 15 antibióticos disponíveis para combater infecções comuns, incluindo a penicilina.
Para anular o processo natural de evolução das bactérias, que as leva a desenvolver a resistência aos antibióticos, as pesquisadoras as expuseram a 15 diferentes antibióticos e mediram suas taxas de crescimento. Com esses dados, elas calcularam a probabilidade de mutações que retornariam as bactérias ao estado de suscetibilidade ao medicamento.
Para encontrar estratégias de ciclagem ideais, elas testaram até seis drogas em rodízio de cada vez.
“Nosso objetivo era encontrar um cronograma de antibióticos ordenado e preciso no qual os médicos podem confiar e saber que, ao final, a resistência será revertida, e um antibiótico vai funcionar,” explicaram.
Segundo as pesquisadoras, os resultados terão grandes implicações para os médicos que tentam combater infecções nos pacientes usando a “ciclagem de antibióticos”, a técnica de tratamento na qual diferentes antibióticos são usados em sistema de rodízio.
Solução – O estudo demonstrou que a ciclagem de antibióticos funciona, desde que seja adotado um esquema preciso, que está longe de ser aleatório. “Descobrir cronogramas ótimos de ciclagem de antibióticos apresenta um desafio matemático. Os matemáticos terão que criar algoritmos que possam oferecer cronogramas mais eficientes para uma maior quantidade de antibióticos e bactérias,” afirmaram as pesquisadoras.
O objetivo agora será testar o novo tratamento em um ambiente clínico, trabalhando com os médicos para fazer rodízios de antibióticos de forma a maximizar a sua eficácia.
Posteriormente, o estudo terá que ser ampliado para forçar a “involução” de outras bactérias, utilizando outros antibióticos disponíveis.

Fonte: Diário de Saúde

O jornalismo independente e imparcial com informações contextualizadas tem um lugar importante na construção de uma sociedade , saudável, próspera e sustentável. Ajude-nos na missão de difundir informações baseadas em evidências. Apoie e compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.